sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vivenciando as saudades


A pergunta constante
me faço: "Por que?"
Resposta não acho...
Mesmo, por noites
procurando inteiras.
Por que?..

Sinto saudades
das coisas que
um dia já foram
e hoje, não são.
Sumiram no espaço --
Se perderam no tempo
Foram minhas um dia.

Hoje, de alguém outro,
possivelmente,
em sendo serão.
Será que é deles que
eu sinto as saudades?
Então, as saudades
-- que sinto,
eu as sinto em vão!..

Não são os teus olhos
nem os teus lábios...
Oh, não!
É o teu coração
que escondeu-se no meu,
destruindo a minha paz.
Descobri que és tu
o mote de saudades
que me invadem sempre...
Fazes me perder no tempo
Vivenciando as saudades
que se distanciam mais!


Prevenido


Prevenido --
Equivalente social
de revenido...

Seu caráter sem caráter
simplesmente se define
como alguém destemido

Homem quantum
nano oprimido!

Mecatrônicamente
sustentado o seu esqueleto
jamais pode tornar-se obsoleto

Renova-se, a cada instante,
nas prateleiras do designer
- O especialista trainer...

Tem cérebro gerenciado
por um de tablet teclado...
Engendrado nos moldes de um
conhecido Rigoletto e
genuinamente desapropriado
das fábulas históricas dos
Montecchios e Capuletos...

De Concórdio de Espoleto
não duvido e nem prometo
acreditar... Porém, digo
que o designer,
lá de cima, deu um jeito
-- Conseguiu
em espoleta transmutar...
O revenido humanizou-se e
o humano virou
simples metal!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Я є той хто є я


Я маю право бути тим хо є
Думка моя,
можливо стане колись,
слово твоє...

Тільки згадай тоді,
про мене, що я не ти.
Що слово моє не впало
з якоїсь висоти!

Я не здобув його також
із березової соки.
Воно не впало
й не покотилось
-- в долину сліз,
з високої Сіонської гори.

Слово моє це я що
-- без обмежно
стежить за всим,
ні в кого не питаючи
стати судилищем своїм.
Тож можу тобі сказати:
Я не є ти, передусім!

Запитую лишень одне --
"Чи відчуваєш ти
як б'ється серце моє?"
Нехай гурт граєю Прямо
із пляшок пиво п'є...
А я пишу, пишу, пишу
слово з поза кордонів
як слово чесне
-- не книжкове...

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Китайка


Я не дам тобі китайки
Ти ж не маєш чайки --
Щоби плисти
по Дніпру широкім...

Там вітер не буде
із нею і гратись
Не забариться трошечки
аби із півночі на південь
під хвилями бурливої води
з тобою покупатись.

Ти гуляєш на Mercedes
"Шахтар" пісню виграваєш
Твоє вухо слуха Hi-Fi
Ти мобільний, в собі,
цілий світ ховаєш!..
Китайки ти не бжаєш.
А про човна -- який він,
ти навіть і не гадаєш...

Англомовне твоє слово.
-- Хто тебе не знає,
твою велич перегляне
як славний учитель
індо-германських говорів.
Нехай не красніє твоє чоло
-- Ніхто питати й не буде:
"маєш якусь збірку творів?"

Я не дам тобі китайки
Ти ж не маєш чайки...
Твоє слово не з моїх говорів.
Англомовне твоє вухо
Й твій язик не вимовляє
"старо-українських" творів...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

А люди все одні



Вулканом
журавлі кидаються
в незнане поле...
Серед степів широких
бажають здобути щось
-- Не знають
що за кордоном
сонце є тепліше
тоді коли зима
все покриває.

"А там не так як тут"
Це фраза не моя -- Її
хто там живе із вами
напевне так
спокійно промовляє...
Не знає ж він
що світ один
Та й люди все одні...
Роздумують однако.
Як журавлі кидаються
Шукають свою частину
Щастя якогось
Що і самі не знають!

Одні роздумують,
кого б обрати замість тих
хто краще міг би свої думи записати.
Другі диктують як землю копати
-- Рити ями, аби щось в ній сховати.
Та є ж такі що тільки бажають спати.
Вони не думали ніколи, що журавлі
не землі чужих просторів
під чужим небом
також можуть літати -- Та
з перепугу, "кря-кря-кря" співати!..

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Um pensioneiro


Bolhas de gordura
Derretidas num
caldo ralo de água
Ao gosto da fome
de um estômago vazio.
Era o prato principal
Alimentava o jovem
-- esguio e magro,
de então.

Revendo hoje o passado
Recordo com saudades
Aqueles dias idos...
Eram os anos sessenta.

Recém vindo do Paraná
Por alguns meses,
hospedei-me numa pensão
à Rua Prates do Bom Retiro.

Tentei vestibular da USP
-- não consegui... Fiquei!
Não retornei à Ponta Grossa
São Paulo deslumbrou-me...
Era a cidade que sonhei!

Tinha comigo apenas Eu
a mala cheia de livros
um pouco de dinheiro e
nada mais que me pudesse
fazer segura companhia.

Morada simples consegui
-- na residência dos pais
do amigo Pedro sanfoneiro --
Como um modesto pensioneiro.
Custo mensal da minha estadia
apenas era de 150 cruzeiros.

De sopa de folhas de azedinha
eu me nutria... Refogadas com
bacon e cebolinha. Temperadas
com salsinha... De sobremesa,
batatas fritas... Com direito
a um café, pela manhazinha!..

Depois, mudei-me para a pensão
da R. Frei A. Sant'Ana Galvão,
travessa da Avenida Tiradentes.

Acabei morando, finalmente,
na pensão da Da. Helena
da Av. São João, 7º andar
fazendo esquina com a Av.
Duque de Caxias. Saí dali
para casar!

Em Guarulhos fui
a minha noiva encontrar!..

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Lembranças



Lembranças
do amigo sanfoneiro

Enquanto a sanfona
de Pedro tocava,
a própria saudade
de saudades muito chorava.

Pedro era sanfoneiro
que só nas horas
do seu repouso,
melodias de longes terras
com seus dedos "macios"
-- de Mecânico, dedilhava.

Aos Domingos
preces a Deus prestava.
Junto aos irmãos,
hinos de louvor
no Sacro Templo tocava.

Pedro também cantava...
Era baixo profundo e
nas fileiras do coral
da igreja se postava.
O seu irmão - Maestro,
sempre com ele contava.

Nos dias normais
-- durante a semana,
Pedro era um mecânico
-- funileiro de mão cheia.
Restavrava carros que
deixavam satisfeta a
seleta de então platéia...

A sua mão forte e "macia"
com as veias revividas --
no teclado da Scandalli,
dava vida nova aos
Simca Chambord
Aero Willys
Cadillac e Fusca.
Era o ofício de Funileiro
pondo as suas perícias
nos espaçosos degraus
do humano tabuleiro.

Assim era o Pedro sanfoneiro!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pedro sanfoneiro



Scandalli 120 baixos
Era a sanfona sua preferida.
Com ela alegrava a estada
-- dos irmãos da mesma fé,
ao longo do caminho
das Boas Novas a semeada!

No trem de Santos a Jundiaî.
Nos espaços do Jardim da Luz,
ladeado pela Rua Prates,
em Bom Retiro.
Em Carapicuiba, viajando
pelos trilhos da Sorocabana
com embarque
na Estação Júlio Prestes.
Em São Caetano do Sul
onde ficava a sede da
Congregação da Membresia.

Pedro sanfoneiro
Não se afastava de sua sanfona.
Consigo a carregava
-- aos finais de semana
Sábado, Domingo e aos feriados
o dia inteiro. Não se cansava!
Na assepção de palavra, era
um verdadeiro sanfoneiro...
Ao pedido de um canto, estava
o Pedro ali como o primeiro!

Ao seu irmão paterno
que era Regente de coral
também servia de diapasão
para poder deixar as vozes
em estado de plena afinação.

Este foi o Pedro que
hoje está na nossa lembrança
como o mais prestativo
dos prestativos irmãos!
Parecia-me que a sanfona dele
sempre tocava em dó maior
e, em variando a melodia,
modulava em lá menor.
A membresia preferia sempre
o trinado das variações...
Pedro era sanfoneiro,
Sim senhor!..

sábado, 11 de agosto de 2012

Brilho da Lua cheia

Ник Кита
Пламя полной Луны
http://www.stihi.ru/avtor/nikkita

Tradução do russo de Mykola Szoma
Brilho da Lua cheia

Labaredas da Lua cheia --
Como se donzelas à espera.
Ando vencendo os degraus
Num delirante desatini...

Não fico calado e me ausento.
Sere recebido por Djynnis e Devil.
Com pífaros, junto a um rio tranquilo
Num cintilante esverdejante jardim...
No silencioso Nirvana,
em meio ao sonolento repouso,
nas ondas do balanço dos Universos...

Pirilampos e caracois --
Tremulantes, mas não de modo sério
Eu perturbarei de alguém a vida --
Alguém emergirá das espumas...
Envolto num brilho lunar
E em minúsculos espelhos estelares
-- Em forma de gotas
de onduladas miçangas.

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"Djynnis" (original russo = "Джинны")
Uma entidade fantasiosa árabe.
Segundo o Alcorão, espírito
emergente do fogo, isento de fumaça.
"Devil" (oroginal russo = "Дэвы")
Poderoso reino dos espíritos