quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Não conto o tempo


Não conto o tempo
pela idade... Meço
a minha existência
pela permanência
na ventania dos temporais.

A ventania dos tempos,
Que dá-me os encantos
de poder sempre
vencer mais!
Vencendo o invencível,
Derrotando o inderrotável,
Percebendo, que as coisas
Podem ser fáceis demais!..

Aqui, ali, ou acolá --
O estado físico pode não ser
O que a mente, em pensamento
Em sua perspicácia, agendará
Porém, o existir exigirá
Que cumpra-se o dever.
Assim, então, será!

A ventania dos tempos
Imprimirá mais força.
Notar-se-ão mudanças.
O pensamennto,
produto do pensar,
jamais pode cessar...
Não cessará, enquanto
o tempo não parar!

A gafe


Curtir a fé,
e saborear alguns espetos,
É mais saudável
do que estar "preso"
-- por duas horas,
num banco duro de madeira.

Ainda mais, ouvindo
a preleção, de alguém
que fala quase dormindo...

Alguém que se confunde com
o dia. Pensa ser o dia
já uma plena noite. A gafe
-- aí, só vai e vem!

Também pudera.
Se colocar uma frase sincera
Não passará de jeito nenhum!
Marcar um encontro,
ali pelas oito em ponto,
somente haverá dsencontro...
O relógio que o diga!
"Morrerá" de fadiga
de tanto bater
os minutos.

A pontualidade britânica,
mais a precisão germânica
Não são regras aqui, não!

Com o resto, não se incomode.
Será sempre um resto. Uma fila
de pelos tingidos feito bigode.
Que o diga o abridor de portão
-- Conhece a todos
como na plama da sua mão!

É, meu irmão!
Curtir a fé e
saborear alguns espetos
deve ser bem mais saboroso.
Concorda comigo? Ou, não!..

Um Boletim e só


Um Boletim "caiu" em minhas mãos.
Dizia que haveria uma festança --
Daquelas que povoa as lembranças.
Acreditei! Fui lá. Nada mais vi,
que alguns bancos vazios --
Conversando entre si.

"
Mais de cinquenta anos
já se foram. E nós, aqui!..
Plantados como rochedo
Mais firmes que a pedraria
dos calçadões. Nos pisam
todos os pretensores
com os traseiros
quentes. Sem mais razões!..
-- Aos borbotões...
"

Depois, ouviu a voz
Que parecia ser de umas cordas.
Já meio rasuradas. Foi explicado:
Ali estavam apenas p'ra saborear
a torta de marmelo achocolatado!
Quem mais quisesse,
teria de acompanhar -- Solene só
A cantoria do cantante encantado
cantarolar. De forma murmuriante
murmurar... E esperar!
A hora própria chegar!

Um porta-voz, como tal
não se portava; Porque
não tendo chegado --
Falar não podia. Ninguém o ouvira
nem antes da festa. Dizia-se, que
Alguém a se respeito "blefava"...

Nota P.S.
Este é um poema paródia
Ninguém o leve a sério!
Nem faça a sua custódia.

Pedido atendido


Destino falso e traiçoeiro
Um plano fáustico teceu...
Os braços fágeis de menina
Antes do tempo, fortaleceu.
Em suas mãos, a sorte --
de um recém-nato
(seja bem vindo)
em alegria se converteu!..
Ela pediu a Deus --
A sua oração, Deus atendeu.

O recém-nato
ficou pujante, bonito,
Elegante... Que só ver
Quem da fé nunca abdica, vai
Sempre bons frutos colher!..
Com ela -- jovem mãe-menina,
assim aconteceu. Falhou
a natureza. Deus, não a
esqueceu! Recuperou os dias
que pareciam de amargura --
Em alegria os transformou!
Deu-lhe vigor e,
ao seu fruto, uma formosura!
Haveria uma maior ventura?..

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mãe jovem


Mãe jovem
Como todas as jovens mães
Ainda em flor.
Desabrochando uma tulipa,
uma rosa.
Um simples jasmim.
Esbelta, enfeitando ainda
as rosas-primas
-- os jeans...

Nos braços frágeis
de menina-moça,
moça-menina-mãe.
Já uma mulher...
Cheia de espinhos
Criados pelo tempo
Mas, antes do tempo.
Ela bolou o seu ninho
para fingir que já é mulher!

Um passarinho
que ainda não tem o seu ninho
Porém, bate asas
como se fosse
um beija-flor.
Quer voar por sobre as folhagens
e, na transparência das folhas,
sorver das águas o doce licor.

O tempo se escoa.
O cançasso demarca o olhar
antes que o tempo decorra.
Um ser novo,
em seus braços palpita...
Agora, ela é mãe.
Que seja bendita!

Os meus parabens


Invadi as tuas lembranças!
Não quero sair delas jamais.
Contigo desejo estar para sempre,
Em teus braços, quero sentir
o calor dos abraços
Que os meus sonhos sonharam.
Há tempos
deixados p'ra trás...

Quero estar no infinito
dos teus sonhos, também!
Por que lá se encontra somente
a suprema beleza da tua grandeza.
Só tu -- ninguém mais, por mais
que incrível pareça, apenas tu
e só tu a tens!..
Antes que eu esqueça:
Aceite os meus parabens!..

Não queiras sonhar como eu.
Terás pouco caso, como o fazem de mim.
Foste encontrada sem ter sido buscada
A tua grandeza é assim!
Por acaso apareces,
O teu brilho ofusca.
Em todos despertas amor,
Não há quem não te goste. -- Porrém eu,
não foi por acaso que, em ti, encontrei
o eterno "real" dos meus sonhos. Amei!

Invadi as tuas lembranças!
Não quero sair delas jamais.

Vezes em quando


Uma Classe de Novos
Num Congregado sem velhos.
Tem mestres sabidos
Treinados em "faz-de-conta"
Não ficam vermelhos
-- não sentem vergonha
Porque a perderam
por entre os bancos --
Melhor sairiam, caso
se todos vendessem
caldo de cana
e pamonha.

Boletim editam. Dizem
que a casa sempre
está cheia de ar. Mentira!
Metade dos bancos não se
esquenta pela sentada
de gente cansada.
Nunca há tais!

Vezes em quando, um dito
encontro de casais
saboreia um churrasquito
no quintal da casa.
Então, do "sinédrio restrito"
se fecham -- nunca abertos,
os humbrais dos portais.

Uma Classe de Jovens
Aparece em letras garrafais...
Tão somente no papel,
O fato que de jovens
não há nem sinais... São dodos
de meia idade. Porém, são mais
velhos do que os mais
carcomidos pés dos cafesais!..
Não dão frutos nenhuns mais...
Entraram nas jogadas do mestre
-- elogiando-se mutuamente.
Se perderam entre si --
Têm visão própria: São os mais!

São os tais, em seus modos pessoais.
Jamais têem horário para a promoção
de encontros comunais. Pelas manhãs,
alguns levantam bem cedinho; Outros,
não são tão assiduais -- Tomam o seu
café depois das nove... Já quando se
deu o toque da reunião das classes
-- Aquelas descritas, as virtuais!..

Os mestres e seus "mestrinhos"
cultuam a si próprios. Elogiam-se
Os seus caminhos... Promovem a si
De forma magistral. Não há quem
Não reconheça o seu esforço irreal!
-- Percebendo neles
Uma "labuta" pelo nada
e muito virtual.

Esta visão foi-me possível
depois que consegui um
binóculo de grande angular.
Ele amplia o campo de visão
sem o aumento sacrificar...
O resto se interpreta --
"solo per si", contra os
escritos papiros comparar!

domingo, 28 de outubro de 2012

Para você


Os poemas que eu faça
que sejam poemas para você.
Tão belos, quanto os mereça
a sua imagem flamante.
A imagem que me cativa todo
-- Seria capaz de tudo
Por você!..

Você é minha deusa flamante.
Plena de graça chamejante...
Tudo, em você, me inspira!
Cada verão que perpassa, da
vida os espaços, inspira-me
novas estrofes. -- Respiro,
sem mais ar nos pulmões, Que
mais quero inspirá-la com as
minhas narinas!..

Você é poema sem versos.
Um poema feito pessoa...
O ser do meu ser!
Muitas vezes, você é saudade.
Saudade de uma brisa matinal.
Sem você nada é igual.

Por isso,
Os poemas que eu faça,
Serão poemas encantados
-- cheios de graça,
Iguaizinhos a você.

Poemas que faço


Os belos poemas
não são os que eu faço.
São aqueles que já se fizeram
-- que já se lançaram
Nas prateleiras das livrarias.

Que dominaram as almas
de casais insolentes. -- Que,
por entre as pétalas de rosas
por longas primaveras
se camuflaram.

Diziam aos ventos
que muito se amavam.
De fato, se odiavam ao ponto
de se ruirem, quando
se viram!.. Se ouviram e não
se entenderam. Falavam
o que não sentiam.
Queriam o que não queriam...
Apenas aquilo o que
os seus lábios fingidos
bramiam. Em seus corações --
chuvas fortes e trovões
assustadores se ouviam!

Os belos poemas que eu faça
Não serão poemas iguais aos
poemas que já se fizeram.
Não serão os que o mundo
inteiro os conheça. Serão
poemas feitos só para você!
Retratarei neles uma ninfa
-- romana ou grega... Que,
através rios e mares e suas
areias praianas, abarque em
seus abraços de vento
todinha você!..

Lascou-lhe um tapa


Lascou-lhe um tapa na cara.
Ela não soube porque!?.
Indignada, chorou...
Em silêncio, o rosto --
entre as mãos, escondeu.
Depois, perguntou: Foi o
Que que eu fiz pra você?
Não houviu a resposta.
Não houve nenhuma.
O covarde é assim!
-- Faz, aos outros
desgraças. Se cala depois.
Não quer que o vejam ruim.

Ele era um rapaz de
princípios morais ilibados.
Na verdade, se dizia
um cristão exemplar!
Cantava em coral,
tocava bandola,
Frequentava a escola
que estudava a palavra vital.
Porém, nem todos seus atos
mostravam que, de fato,
ele pertencia à estirpe real.
Um deles -- O da tapa,
lascado na cara, sem que ela
o merecesse... Sem saber:
Por que, afinal?

Os dias passaram.
As mágoas cessaram.
A história espraiou-se.
O cunho sócio-cultural
foi revelado. -- O tapa
serviria de freio
Para que ela,
com um seu colega,
não se casasse... -- Ele, era
um loiro de olhos azuis. Ela
morena, de pele escura, olhos
negros jambo, caju e graviola.

Coitado! Falhou por completo.
Seu nome eu tenho lembrado
Porque nele embutido está
o tapa que ele deu nela.

sábado, 27 de outubro de 2012

Uma voz interna


Uma voz interna grita!..
Parece uma gralha --
Atrapalha os pensamentos.
Confunde os predicados --
atribuidos aos sujeitos;
Fazendo-os parecerem
complementos valorativos
específicos de terceiros.

Uma outra voz responde:
Seja esta a vez primeira,
Que o mundo estremeça...
Sob a fronde do cajueiro
Um caju-grande floresça!
Se esparrame pelo quintal
E, sob as ogivas e ramos,
Darei-me à calmaria total.

As murtas também cresçam,
Espalhem-se as violetas e
algumas das rasteirinhas.
No cume das fantasias da
mente, que se desvaneçam
todos os pensamentos meus
-- Os mais crepitantes!..
Como poeira ao vento,
Nas ondas do mar agitado,
Para sempre feneçam!

Uma voz interna insabida
continua gritando. Parece
até ser uma gralha...
Atrapalha os pensamentos.
Não me aborreço.
Uma outra responde:
-- Que o mundo estremeça!
Um cajueiro floriu.
Sob as ogivas dos ramos
um canto matinal,
de um galizé nagazak,
cor vinagre, se ouviu!..

Inversão absoluta


A neblina encobriu os espaços
O dia tornou-se opaco. Não há
transparência das coisas...
Os lábios não falam verdades,
Proferem piadas somente, --
Inverteram-se as valorações!
O que deveria ser mais, menos
tornou-se. Menos, vale mais!

Ademais de, a escala, não ser
abolida ainda; Aboliram-se os
méritos da sua mediação...
Os seus últimos suspiros,
os valores humanos exalaram!
Transbordaram-se para outros
espaços. Lá se perderam. Não
mais se encontraram... Cairam
no esquecimento. Faleceram...

Ouço novas verdades.
São verdades de novas mentiras.
Novas falenas, querendo ser --
como se mariposas o fossem. Não
são nem poderão ser. Têem corpo
delgado, de asas frágeis e, de
patas falsas, em pé pretendem
-- sobre ramagens, ríjas estar.
Falsamente, das borboletas
querem as vezes tomar.

Quando pela vez primeira
uma falena avistei,
Pensei que uma borboleta era.
Não acreditei! Em tempos nublados
Borboletas não voam... -- Pensei. E,
Não era... -- Uma falena eu avistei.
Os dias opacos, cobertos de neblina,
confundem demais!.. Talvez
Não o façam aos astutos olhos
dos espertos "homo primitivus nevis".
Não seria da era "dourado-chacal"?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sorte desdita


Na lapela do paletó
ele trazia uma fita.
Poderia ser uma flor,
Caso a sorte não lhe
fosse pregar a
desdita...

Tirou movimentos do seu coração.
Apagou o amor que nele morava...
Nem permitiu que dissesse-lhe
Ela -- Tombou sem dizer,
"Não podes me amar"
"Partirei para
longes paragens. De lá,
caso possa, enviarei-te minhas
imagens em forma de miragens."

Ela tombou e se calou.
Apenas uma lembrança dela restou.
Na lapela do paletó uma fita,
que poderia ter sido uma flor. Se
a sorte não se mostrasse
Uma sorte desdita!..

Se, antes da sua partida,
ela falasse e tivesse dito
que não poderia ser amada. Então,
o coração dele não sentiria nada
das coisas que se chamam de amor.
Também, não teria colocado a fita
na lapela do seu paletó.
Teria colocado uma flor
que simbolizasse a sua dor indolor.

St. Petersburg


Esbelta pela extensão
Saint Petersburg
A Petrogrado --
És fotogênica, magnificente e és,
culturalmente, cidade grandiloquente.
A Metrópole do mar, do golfo, do rio
e da floresta gélida boreal -- A
de coníferas, do Norte Leste europeu.
Às margens do rio Neva nasceste. És
Uma cidade diferente das demais...
Cidade cortada pelos canais. És tu
A cidade de noites brancas --
A Veneza do Norte.
porque não dizer, És o modêlo de uma
Rússia moderna e forte. Um pedaço de
Ocidente ao Leste, ao Norte.

Tens um metrô mais fundo e robusto do mundo!
Com estações de granito, mármore e mosaicos;
Lustres de bronze e baixos-relevos dão te um
sabor de palácio real cultural...

Que se compare contigo, ainda não
há uma cidade tal!
As tuas noites, São Petersburgo!
São noites mágicas que
dão aos dias
um feliz final...

Com seus trezentos anos,
Também foste a Leningrado.
Do Grande Império Russo foste
a soberba capital... Depois
abrindo a janela para o mundo
trasladaste, de si,
para a Moscov
os deveres de
de uma sede administrativa
de sistema político de ordem e grandeza
medidos em escala mundial.
Hoje, tu és a grande sede da cultura do
chamado Patrimônio Mundial.
Tombaste, sob o tacão da Unesco, como
Um grande Centro Universal.
Do Mundo Cultural... Ó, Petrograd!..
Tu és a grande Capital!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Nas sombras


Nas sombras se escondem
as sombras dos vultos pequenos.
Os vultos dos homens
que pousam a si, como se
fossem gigantes da terra.
Proclamam seus feitos,
Que, quase nunca, foram feitos.
São eles perfeitos em seus atos
E os que quiserem conhecê-los,
terão a "má sorte"
de nunca vê-los.
São invisíveis; Todavia,
falam até pelos cotovelos!..

Na selva de seus pensamentos
Idéias selvagens burbulham.
Seus l[abios "ditosos"
navegam mentiras.
Lisuras não há.
São figuras do nada sadio...
Navegam nas ǵuas geladas
do palavrio.
Seu coração frio, lhes dá
a certeza de serem os tais!
Não medem esforços
de se mostrarem ovelhas;
Quando no fundo, não passam
de indomáveis chacais...

Filosoficamente sustentam que
todos os seres humanos
são, por natureza,
iguais...
Na verdade, são falenas
com asas de opala que,
refolham verdades para
-- com elas, enfeitar
todas as suas mentiras!

Хмари


Це не ті хмари
що колись дощі насували.
Це хмари що закривають,
від сходу на захід,
всі простори повітря...

Тоді літаки не літають!
Люди ховаються в хатах
А черепиці криш розбиті
від каплі води негідної
аж ніяк не зберігають.

Сміттезвалищще відходів
в собі не вже тримає.
Вибухає шумом свій стан:
Дороги розписані в карті
Грязною водою заливає!..

Розписаний порядок, колись
-- на кілька років раніше,
Гарантував що дощів втрата
Не прийде раніше за тисячу
років... Повірив хто хотів.

Закрилися дороги.
По хатах капає вода дощів!
Табачник закурився так, що
вітер змішав дім з балоном
Та й підняв хату вгору --
Аж до самих під небесних
хмарових горбів.

Варто знати, що
Розписаний порядок
Не врятує ні людини
Ні її хати...
Перше всього,
Нам потрібно знати
Коли прийде епоха дощів!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ser Mestre


Ser Mestre,
em alguma coisa,
sem que se tenha o Mestrado,
Parece algo impossível.
Que eu saiba, até inusitado!

Verdade seja dita --
Em muito não concordo,
Porque para saber das coisas
Só bastaria de algumas leituras
dos escritos, que sejam chaves,
dos humanos conhecimentos
-- em suma, essenciais... Tais
como se constrói o raciocínio E
a extração da cocnlusão
de argumentos válidos,
com premissas verdadeiras, Que
produzam inferências causais,
no intercâmbio entre os ditos
falantes reais. -- Eu, você e
todos os demais... Tais
Os pressupostos são
para se tornar
um Mestre
Sem um Mestrado, meu irmão!..

Um papelucho
dar-lhe-á o direito
de se dizer "Dr." ou "Mestre".
O que não lê nem raciocina,
Contente sente-se e se fascina,
porque é mais do que os outros.
Mal sabe ele,
que os argumentos válidos,
Podem ter premissas falsas e,
a consequente conclusão falsa.

Серце замовкло


Не хочу думати сьогодні
Заморений, мій мозок
заморозився!
Мій дух надхення не дочуває
та й гуркіт серця перемінився
-- Здається що замовкло...
Напевне, в своїх турботах,
спочиває...

А голос мій також не грає.
Струни порвалися...
Перемінити їх я зможу?
Як був дитина, мати казала
"то грип, свинячого дохода".
Нема робити що!.. Чекаймо!..
Переможе його сама природа.
Так і було. Велика згода...

Якось зустрівся я із Вангою,
сьогодні. Вона читала
Відкриття книгу. А знала що?
-- "APOKALYPSIS" 12-го року.
7-річна дівчина французьска,
до такого знання стану,
нашу сучасність притягла.
Сказала: Буде голод та війна,
Частина світу загине; Тільки
останеться наша Русь Св'ята!

Не хочу думати сьогодні
Заморений, мій мозок
заморозився! Після промови
Ванги, майже я здурівся...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Daquela margem


Nikolai Platonovich Ogarev (11813 - 1877)
Poeta russo, publicista e revolucionário.
"С того берега" (1858)

Tradução do russo por Mykola Szoma
Daquela margem

Sentado num penhasco, ouço:
Um mar escuro batendo palmas,
Ele balouça;
O seu marulho agradável,
Quase tristonho,
Não me sugere pensamentos claros.
Lanço um olhar sobre a margem ocidental --
Saudade aperta-me o coração, repugnância;
Quando me volto ao distante oriente --
De medo, célere palpita o meu coração.
Trêmulo... Escondo a face entre as mãos.
Ouço as ondas murmurando -- Penso, então!
Mas, o que eu penso, em altas vozes se clama
Que nem é uma canção e nem um conto de fadas.

Lanço um olhar sobre a margem ocidental --
Aos que existiam lá, eis o que lhes aconteceu.
Numa manhã gelada, bem cedo pela madrugada
Avançavam os batalhães, marchando pelas ruas;
A cavalaria ruidosa galopava e, com os cascos,
O compasso, para a infantaria marchar, marcava;
As batidas, do som do surdo, acompanhava...
Os tambores estridulavam sem cessar,
À frente, bandeiras e bandeirolas militares,
Ostentavam a insígnia -- uma "Águia" sentada.
Águia -- Ave sedenta de sangue!
Chegaram os batalhães, em forma se postaram --
Tomaram a praça e na rua o cadafalso levantaram.
Uma nuvem humana, ao redor dos batalhães, formou-se;
Olhares presos ao cadafalso. Silêncio total...
-- Um silêncio indizível. Quase quase mortal!
Eis que dois condenados, se postaram no cadafalso.
Acusação: Queriam explodir de César a fortaleza;
Odiavam a Águia sanguinolenta,
O gavião carniceiro, fartamente alimentado.

Dois condenados, no cadaflaso se postaram.
Acompanhados de soldados, com sables desembainhados,
Uma força descomunal contra os inimigos algemados!..
Eram dois apenas os transgressores. Pés descalços,
Pisando a neve, ouviam as mentiras do divino perdão.
Dois "pope", sermão predicavam.
Cumpriam a sua missão!
Aos condenados, cabelos tosaram.
Os machados afiados, não poderiam falhar.
Com toucas escuras, cabeças vestiram.
Pelo desejo de parricídio, a morte era o seu castigo.
Se perguntais: "quem é e onde, pois, está o pai?"
Direi a todos, já!
-- Aquele que aplica o castigo e não
O que, em si, traz o perdão que é o verdadeiro pai?..
Ó, como sois falsos todos vós, malditos mentirosos!
Quando ouso olhar-vos, enojado sinto um desejo de rir!

Dois condenados estavam sobre o cadafalso.
Calmos e sem lamentações, a morte enfrentavam.
Apenas proclamaram: "Senhores! Que viva a nossa pátria
O outro país, também amado, ao qual nós entregamos
as nossas cabeças, não nos faz abdicar do nosso amor!"
Ambas as cabeças rolaram. O carrasco as ensacou.
Os corpos, inertes, cairam sobre uma telega.
Foram recolhidos aos seus aposentos...

O povo, em silêncio, partiu para as suas habitações.
Alguns sentiram um grande amargor em seu peito.
Outros, num leve sorriso agradeciam as bênçãos de Deus
-- Durante a existência, puderam sentir coisas raras.
Por sua vez, sem ter mais nada a fazer, os batalhães
Marcharam para os quarteis... Ouvia-se apenas o surdo.
À frente, os estandartes ostentavam as insígnias --
Sentada, em destaque, a Águia tremulava. Era o gavião.
O sangue dos condenados (que a saciava) regurgitava!

Sanguinolenta. Em seus atos, não tão recente:
Dos idos anos -- em seus desenhos
Romanos altaneiros, soberba incontida ostentavam.
Detinham Brutus, em suas fileiras, que a César
-- por troca de espúrias honrarias, assassinara.
Porém, em vão aconteceu a trágica morte
O povo todo escravo sendo continuou... Da alma, a
escravatura mais terrível o mundo experimentou!..
Assim se foram todos -- um a um, os Césares;
Rios de sangue humano se derramou...
Conto antigo dos humanos, que a história perpetuou!

Quando me volto ao distante oriente:
Lá vejo as taizes dos ancestrais meus.
E César quer dar-lhes a liberdade... Só ele.
Porém, sozinho não o consegue. -- Apavorado,
Ser César deixará de sê-lo. Será um santo!..
Então pergunto, como poderia o César
A liberdade, a nós humanos, outorgar?
No estandarte, que ele ostenta,
Uma Águia -- um gavião sanguinolento, tremula.
O santo tem seu espírito em forma de pomba.
Perderam-se, os restos de fé, na descrença.
Sob os pensamentos, o coração se esganiça.

O sentimento de pena apoderou-se.
Aqueles humanos, que tombaram as suas cabeças
Sem externar, ao menos, uma revolta de dor,
Proclamaram: "Senhores! Que viva a nossa pátria
O outro país, também amado, ao qual nós entregamos
as nossas cabeças, não nos faz abdicar do nosso amor!"

Este cantar -- não é um simples conto.
-- É um lamento sobre a laje sepulcral
Recordação dos que tombaram pela pátria,
Doando as suas vidas, para salvar a liberdade.
São os mártires inesquecíveis. São justos patriotas.
São dignos de todo o respeito e da nossa veneração.
Este cantar -- não é um simples conto.
-- É um lamento sobre a laje sepulcral
Este canto eclodiu no peito dolorido,
Pra cinzelar, com tintas tristes, um passado...
Agora, que tens asas e tens a força da palavra
Ó!, meu canto triste, voe pelos espaços do mundo
Invada as águas dos mares. Faça-os mais marulhentos
Até alcançar os ensurdecidos ouvidos dos homens.
Que te ouçam, mesmo os que não querem ouvir!
O que tem alma em pecado -- pois que enlouqueça,
A ele nada tenho a dizer. Que ensurdeça.
A alma reta -- que aprenda comigo a lição. Há solução!
Os de mente amarga, só têem de pensar um pouco mais.
A ninguém mais quero me apresentar. Digo apenas,
Mergulhe, os seus pensamentos,
no marulhar das ondas do mar
E deixe que o vento os leve pelo mundo a disseminar...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Juramento


Um juramento solene.
Por testemunhas estrelas
Do luar, os raios padrinhos
Da noite escura, horas extensas
mal rabiscados -- sem tinta, serão
-- portadores do texto, os pergaminhos.

Que vige o seu conteudo pra sempre.
De modo perene que seja o seu efeito.
Que tudo, que se concerte agora, jamais
e de modo algum seja desfeito...
Que se faça assim!
Que assim seja por todos aceito!
Assinado... De modo perfeito!

Impávida e a fria noite
mais a lua cheia
A dita senhora dos telhados
Reluzentes vermelho-prateados
Sois o conjunto confidente
mais intimista dos namorados!
Tenhais em suas mãos a chave
do ato deste juramento... Que
ela jamais se perca no
parco ato do esquecimento!

Aqui fizeram-se declarações
Que só somente agora o poderiam ser.
O amanhã não lhes daria o previsível
Talvez, nem mais pudesse acontecer!
O amanhã, um dia apenasmente um dia
Que não teria sua contagem anexada.
-- Talvez pudesse ser até
O fim de uma história terminada...

Dos dois, ela teria sido uma Pepita
Teria um laço de fita cingindo o coração
Norrendo de saudades... Gemendo de dor
Sufocada, perecendo de um extinto amor...
Uma neblina teria coberto todos os espaços
Cinzentas nuvens navegariam por sob os ceus
Enquanto as lembranças se esvairiam todas
Nos dias, que um dia eram e, que agora,
deixaram de serem seus...

Talvez, tivéssemos de novo repetida
a história -- em "slow motion":
Prometeu roubando fogo de Zeus.

Entendi


Não procurei
nem encontrei
O sol se pôs
-- no meu caminho
para além do horizonte.
Não uma sombra
Noite total...

Tateando, devo andar
solerte e perspicaz
Não poderia perder-me
pelo caminho.
Em cícrculos rodando,
Retrocedendo
ao sabor de redemoinho.

Não procurei
Foi o destino
Se é que possa haver algo assim.
-- Mais forte que a vontade, que
o desejo insatisfeito levasse as
ansiedades rumo sem fim?
Poderia talvez haver. Sim! Assim
queixas não haveria. Apenas,
o cumprimento do prescrito!
Enfim!..

Existo! Não sou Existencialista.
Estruturado, vivo as coisas que
do passado recebi...
Não sou Estruturalista... Apenas
vivo a vida como aprendi.
Com Sócrates, aprendi ser Silogista.
Platão contou-me "o mito da Caverna".
Acreditei. E na parede, iluminada por
uma fogueira, me encostei. Gostei!..

Poemas mil e versos tantos outros li.
Tranquei-me na solitária cela do coração.
Percebi que os seres reais são só estátuas
-- Não sombras em movimento...
São apenas corações congelados
por ilusões do momento!
Isso com Jean-Paul Sartre entendi.

sábado, 20 de outubro de 2012

Um mar de pensamentos


Um mar de pensamentos
afoga os pensamentos meus.
São pensamentos dos momentos
que se vive aos relentos,
dos tempos modernos.

São silentes movimentos que,
na busca de novos instrumentos
manipulantes dos conhecimentos
para -- de algum modo se possa
erigir um "sniper" ao tipo
do grego corifeu...

Parafraseando tantas idéias --
Muitas das quais não são plebéias,
Diria Não! aos que só dizem Sim!..
Por fim, o mundo só se propaga
porque existem os "abnegantes" Que
deixam os seus tronos aos primevos
navegantes... Aqueles que
jamais sentiram um leme, em suas
mãos tremulantes... Passavam os
dias seus ao lado de bacantes...

Intermezzo:
Para que me critique, seria bom
que lesse um pouco de história grega,
antes! Depois, também... que desse
uma olhada no Inferno de Dante.
Terás poupado um palavreado, ao menos,
por um instante.

Por vezes, os pensamentos
parecem serem infantes...
Arranjam soluções que se esfacelam
que se agigantam depois, tornam-se
minguantes. Inaplicáveis. Irritantes!
E tudo se transforma em nada
-- Os pensamentos voltam a ser
como sempre foram antes,,,

Os tempos modernos tornam-se antigos
Os antigos, passam as er como os que
eram antes... Tudo se conforma
em formas antigas. Tudo volta a ser
como se nada mudasse... O mundo será
-- porque sempre foi, como era antes.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quando se deseja


Ser formalista
é formar, o ver das coisas,
segundo o visual de uma lista.

Não seguir normas
da razão introspectiva
para se vincular
às coisas não vinculáveis.

Tais como as distensões,
entorses e as luxações,
sócio-musculares,
ainda não imagináveis...
Segundo estruturas
existenciais estruturadas
ainda não foram detectadas.

Não sendo abordadas,
não dvem ser sendo pensadas.
Portanto são obliteradas.

É simples entender
porque a chuva é benfazeja.
É quando se deseja que deva chover.

Para não gritar de desgosto
lancei meus pensamentos ao infinito.
Descobri que vagar a esmo,
é melhor que chorar no ostracismo...
Seguindo as listas formais e normais
vai-se ao longe. -- Em seu pensamento,
pode-se fingir ser um monge. Lá longe!

As flores, também, poderão florescer
Rosas vermelhas poderão o caminho
de vemelho rubro tingir
Seu perfume espargir.

Ser formalista é melhor
do que Ser
p'ra, depois, sucumbir.

Ruptura total


estrutura
ruptura
novidades no ar.
Lirismo sem ismos
Sem quaisquer sofismas
que possam a mente tragar.

Sem parar
navegar sem estrelas
nas nuvens apenas
as sombras
pensar!
E sentir-se
perdido
por entre os escombros
as raizes de si
procurar...

não gritar
não chorar
não dizer a ninguém
que és sobra de alguém.
Haverá de existir
uma sobra de ti
em alguém...

Levitam poeiras de restos
-- passados que foram,
São hoje escombros
que poluem o ar:

casamento,
deixou de vingar;
ser um filho,
deixou de valer e
ser pai, nem mais vale tentar!
Elas são como grama
-- a mão esticar e ceifar...

Altruismos heroicos
encobrem as sombras.
Caminhos sombrios desnudam vazios
e tochas ardentes construidas do nada
conduzem ao nada -- iludindo que são!
São tochas apenas e
para todo o sempre,
de tochas não passarão!..

estrutura
existência
ismo, em essência, como explicar?

Na maré, dos efeitos de humanos,
é a forma melhor de se conhecer
de se desconhecer
de se submeter aos desejos maiores
de ser algo mais que
pelos sombrios caminhos
-- dos escombros da história,
simplesmente caminhar...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Estrutura existencial


formatura
formalismo
formosura
futurismo... Forma nova
-- caminhada pela busca
de algo novo. Diferente
do vigente na estrutura
do atual existelismo.

Entre os sovietes era
anti tudo. Hoje, pode
ser com tudo, para
todos, ao par
de tudo.

Giga megalópoles
Tera metrópoles
Metroviários
Urbanos.
Asteróides iluminados
De linhas férreas
Cruzadores
Soterrados.
Por mentes iluminadas
de pensadores
transtornados.
Que se transubstanciaram
em dólares e euros e
por alguns reais
foram comprados.

No fundo, não passam de
formatura
formalismo
formosura
futurismo
Todos se prostituiram e
no grande abismo do seu
íntimo "-ismo" se
trancaram!..

A minha mente se diluiu
Os pensamentos meus
escaparam...

Reminiscências


Eu sinto o palpitar ofegante,
Dos suspiros das tuas narinas.

O balanceio descompassado --
do teu andar, te desnorteia,
quando tu pisas, o chão que
não queres pisar...

Incomoda-te o trejeito
que deves fazer, quando de mim
esquivar-te desejas.
Não queres me ver...
Queres olhar de soslaio.
-- Serei teu eu lacaio?

Nessa eu não caio.
Há tempos deixei de querer!
Que sigas a sorte que é tua.
A sorte que é minha, eu já escolhi.
-- Assim eu a quero viver...

Соловки


Ні в широті, ні в довжині
географічного розміру --
У серці слова,
розмежуються
сучасні Соловки!..

Холодні табори там піднялися
Заперли в них всі сни людей!
З похпдження хохлів,
Забрали їх дітей.
Дали їм ковбасу
Сказали що вони не люди.
Вони не мають своїх ідей.

Замовкли всі!
Чого злякалися хохлята?..
Забули танець гопака
Пригають щось чуже
Тай кажуть: "Доля це така."
О люди!, люди,
Чого ви слухаєте якогось дурака?

Хохли! Ви не бідняги
Ввас голова не є пуста!
Відкидайте байдужсьть
-- Чекає вас доля свята!
Нехай пісенька лунає
від східу на захід.
Велика наша країна є й вона
Усенька одна!..

А хтож зі мною так заспіває?
-- Напевне той Хто,
з серденька свого,
Соловки холодні,
словом свободи замітає.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

З тобою, ні


Я не хочу тебе і знати
З тобою тяжко щось будувати.
Тиж бо не знаєош чого бажаєш!
Теж що шукаєш,
ти навіть і сам не знаєш.

Подумай чи щось будують столярі
вперше як креслюнок не покладуть на столі.
По нім готують увесь потрібний матеріал;
Тоді лаштують свою працівну силу
на здобуття кресленного завдання.

Я не хочу тебе і знати.
З тобою тяжко щось будувати.
Тиж бо не знаєш чого бажаєш!
Теж що шукаєш
Ти навіть і сам не знаєш!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Щось літає


Підніміться
Подивіться:
Щось там
попід хмарами літає!
Вихваляється як птиця;
алеж бачу, крил не має!

А літає тай літає.
Перемішує повітря.
Потемнілі хмари,
час від часу,
водою покрапляє...

Навіть думав я, що то
літає орел чорний.
Свою долю проклинає.
Місяць же не світить.
Як що так, Сам Бог знає.

А там за горою
снігурі літають. Тоді,
як вітер повіє, з ним
вони разом "співають".
А під вишнею квітучею
бджілки свій мед
розносять тай
задзижчають.

А там попід хмарами
щось таки літає...
ихваляється як птиця;
алеж бачу, крил не має!

Aos jovens


Eia, Moçada!
Curti a vida como ela se-vos-dá.
Ao sopé da sorte, ou encantada.
-- Pouco importa!.. Se é assim
que ela se vos apresenta, Então,
que assim seja curtida. Na certa
-- Ela se encurta com o tempo e,
como se nas asas de uma águia,
pelos espaços se diluirá...
Curti pois, enquanto é tempo.
O tempo vosso, um dia findará...

Dela fareis o que quiserdes.
O que puderdes, na verdade!
Dependerá do que souberdes,
pelo caminho, amealhar --
Sabedoria dos precavidos, ou
dos incautos a idiotice... E
-- em sendo assim,
'diz o ditado':
"se colhe sempre o fruto
cuja semente se plantar".

Deveis tomar muito cuidado!
Algumas vezes, dificil é
entre penumbras transitar.
Reconhecer as sombras,
nas noites escuras sem luar,
é verde-água confundir com cinza.
Num mesmo tom a ambos retratar...

Eia, Moçada!
A vida é mesmo assim.
Muitas vezes, pode parcecer
um misto de pão com salada.
Outras vezes: pão integral,
ricota, orégano e gergelim.
Pode estar --
Ao sopé da sorte, ou encantada.
Porém, é sempre assim!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tristeza de inverno


Григорий Казанский: рок-музыкант, поэт.
Grigoriy Kazanskiy "Грусть в зимнюю ночь"

Tradução do russo por Mykola Szoma

Tristeza de inverno

Nevasca, frio, a neve cobre os telhados.
Fogueiras ardem por toda a parte!..
Quando apagares as luzes do quarto,
Olhando para a janela, verás os desenhos
do gelo, que espalhou a ramagem
pelas vidraças. Cintilando
sob o brilho dos raios do luar.
Dois corações pareciam sentir mais calor.
Era eu. E tu estavas comigo...

Quão poucos de nós restaram,
Amigos nossos e companheiros!
Nosso farol ruiu, candeia apagou,
O mundo que se foi, não volta mais.
Farol deixou de iluminar...
Porém, as planícies do fundo do mar
tremeluzem descargas de fotons de luz...
Derretem-se os flocos de neve,
azuis como as nuvens dos ceus.
Despositam o seu peso diluido
na palma das minhas mãos...

Nenhuma alma se avista pelos espaços.
Envoltos em trapos, como se taiga,
A nossa cidade e a nossa vida,
Até a garganta, pelos séculos.
A neve azul ainda cobre os telhados,
Da lua os raios gélidos flutuam.
Nós dois -- agora, eu e tu, estamos
Eternamente e para sempre separados.

Em cada noite tenho sonhos:
Pareço estar voando por sobre a lua.
Lá nos confins do universo --
Escuridão e sombras... Para além
das linhas dos horizontes, Eu vejo-me
voando, como quem voa, sobre os raios do sol.
E, num espelho, deparo-me na neve mergulhado.
Nas minhas mãos, um par de asas querendo
para um vôo -- de novo, me arrebatar!

Eis que voamos juntos.
Cabelos de mechas embaraçadas
Varrem os ceus... Voamos juntos
Por entre as nuvens de instáveis ilusões.
Nós cisalhamos o firmamento:
Fazendo três estratos -- três, um e dois.
Estrelas querem cair em nossas mãos.
Vamos buscá-las.
Voaremos até elas, então!

***

Da lua o brilho corta a vidraça da janela,
Reflete, sobre os telhados, a sua solidão.
O mundo todo repousa, já adormecido...
E tu -- Ó, Lua!, por sete longos anos,
Como se estivesse em sono mergulhada,
Sobre a vidraça da minha janela
as luzes mágicas não podes apagar. Porém,
na bruma os cantos encantados se derretem.
E tudo -- ao meu redor, fica de modo igual.

Poucos de nós restaram,
Amigos nossos e companheiros!
Nosso farol ruiu, candeia apagou.
Para alguns tudo -- para outros nada, mudou!
O brilho da lua, sobre os telhados e
sobre as vibraças, da minha janela,
alguns mosaicos gelados desenhou...

domingo, 14 de outubro de 2012

Все низького стану


А політика країни тепер,
є дуже низького стану.
Хто зв'язаний із нею,
може себе й запитати:
"Прийде час, коли я
на ноги свої сам встану?"

Передайте для Оксани!
Країна тоді буде успішна,
Коли на свої ноги встане,
Коли козлів співець забуде
й сама свій спів заспіває!

Вже всі забули Тимошенко!
А чи може її й не знали...
А де хорісти ті що, з нею,
пісню нову співали? -- Що,
за цимбалістів, себе
видавали?

А бандуристи? Бандури
в руках ніколи не держали.
Тож грати й не уміли,
та й співати не знали.
-- Тільки гомоніли...
-- Для людей брехали!

Acordei ao barulho


Acordei ao barulho de ventos.
Não era uma ventania forte...
-- Parecia tropel de cavalos,
do tipo Pegasus, agitando as
asas. Voando do sul ao norte.

Comigo pensei: Que sorte!
Com medo acordei, nada era...
Um sonho apenas sonhei.
Lá fora, o tempo, das suas --
como sempre, fazia... Cortina
espessa de neblina estendia.

Nem ainda tinha terminado
o frio do inverno;
Mas já -- A primavera,
às portas batia. Murmurava.
-- Ao som do agitar do vento
Como se pressa tivesse,
tomar a conta, dos espaços
todos, para si queria...
Então chovia!
O seu manto azul de seda
sobre os campos verdes
calmamente estendia.

Mas, para mim, os meus ouvidos
falsamente anunciavam:
Cavalgada de cavalos Pegasus
as suas asas agitavam!

sábado, 13 de outubro de 2012

Vento forte


O vento varre a minha face!
Sobe areias miudas para encobrir,
das pálidas penumbras horizontais,
que se prostraram -- à minha frente,
o meu destino e, de repente,
fizeram-no translúcido e disforme...

Não sei se é má sorte,
ou se é de sorte má
queixar-se de desventuras.

Se houver a lei de punição, direi:
Não tenho sorte!.. Até agora,
não vi punido -- por roubo de
corações, nenhum ladrão... Eu
também, não! Confesso: Roubei
a cinquenta anos atrás,
da minha amada, o seu pequeno
e colorido de vermelho coração.

Mas sorte existe, meu irmão...
E se o azar é a falta de sorte?
Só poderia tê-lo todo aquele que a
cigana não lhe pudesse ler a palma
da sua mão.

O vVento forte continua soprando.
Continua levantando areias do chão.
Continua encobrindo o visual,
de pálidas penumbras, à minha frente.
O meu destino
parece-me trnaslúcido e disforme!..

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O salgueiro


Vladimir Dmitrievich Nabokov
Владимир Владимирович Набоков (1899 - 1977)
Escritor e poeta russo e americano(-russo)

Верба (26 июня 1919, Париж)
Tradução do russo por Mykola Szoma
O salgueiro

Dos sinos as badalas tracejadas,
Mais livres que os dias de março,
Farejam último trago de verde rum:
Mistura multicolor de um tropel,
Ao som do vento dos lábios úmidos,
Das pérolas dos rins de salgueiros,
E das nuvens sob a abóbada celeste,
Como se fora a resplandecente neve.

Vermelha estrela sobre um cajado.
O pipilar das linguas de papel...
O ruido dos charcos. As violetas.
Nos clarões restritos dos balcões,
Ao som de impertinentes murmúrios:
Alce o teu vôo, desconhecido ali!
Ó, juventude. Sempre visionária!..
Cante as minhas primevas canções!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Encurtando as noites


Эдуард Адамович Касперович
"Я укорачиваю ночь"
Poeta Bielorusso (nascido em 1983)
Se considera e é considerado como
sendo um poeta russo, de geração nova.

Tradução do russo por Mykola Szoma

Encurtando as noites

As horas escoam como areia.
Por que? -- Quero enteder...
Eu busco encurtar as noites,
Revendo temas e pensamentos.

Fico vendo através da gelose
O reflexo dos caminhos --
Seco setembro sem lamaçais,
Caso podesse ser, o setembro

Leio on-line as novidades,
Mas quem com elas não se liga,
Pelos atalhos atravesso links,
vejo um nome, por tantos anos!

Como se, num espaço etéreo,
livrar-me-ia de preocupações.
Mas, o ronco de "quefir", quer
deixar a barriga, expelindo-se
para fora, quanto antes o for.

Porém, impossível compreender
o que me atrai à tela ecran
Não sou adepto de tudo trocar
-- Porém, o dia inteiro vivia
a me (de algum modo) mudar...

Não sou adepto a todos amar
Também, variantes não há --
Por cima dos ombros, não ouso
cortar. Mas, não cortar?..
Que merda! Não posso falar.

Na certa, o sono ataca a vista.
-- Então será-me como auxílio.
E satisfeito eu; apenas a favor
Não quero encurtar as noites...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Recordações ainda


Outro dia, já vos breve contei que
Quando, à esta freguesia, aportei,
Recebi uma fornalha, uma foice e
também um martelete... Disseram
que seria de bom alvitre seguir
as normas de manuseio, também,
de um pula-pula de cavalete...
Espécie de brinquedo solitário,
em cuja ponta há um estilete...
Quem se contacta com ele, tem o
desejo insano de um sorvete!..

Comigo, não foi assim!
Não quis brincar de falso arlequim.
Imaginei espaços siderais enormes
que se estendessem pelas campinas
encobrindo os altos montes
banhando-se nas águas
de limpas fontes.
Que se perdessem, além daqueles
horizontes, banhados pelas chuvas
-- além do planeta anão de Ceres.
Quiçá governado por um Xenofontes.

Dizendo, prossigo --
Do trílogo, das coisas recebidas,
do fole de sopro, apenas não me livrei.
Dele servi-me para o fogo atiçar.
Não na fornalha de ferreiro
Mas, na fundição de um cadinho simples
as almas dos humanos "formatar"!

Falei com Marx, com Zaratustra, com
Jean-Jacques Rousseau, com Platão, com
Pitágoras, com Nietzsche, com Pushkin,
com Dostoiévski, conheci Mayakosvski,
falei com Luis de Camões, Olavo Bilac
inspirou os meus sonhos... Porém, com
Jesus Cristo e com Taras Chevchenko
as noites soturnas em dia tornei!..

De Lenine, toscas lembranças apenas.
Um gigante que fora... Se foi.
Em mãos não devidas entregou as idéias.
Sua foice, martelete cruzando,
o fole de sopro cortou.
A fornalha não mais se aqueceu.
Em se esfriando, seus filhos "queimados",
consigo enterrou!..

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Disseram "Não!"


Gritei: "sim!.."
Queria ser do jeito que
Ao mundo vim...
Disseram-me que não.
Havia normas de obedecer
Andar (ainda eu não sabia)
conforme as regra
já estabelecidas. E
aos montes, já as havia!..

Deram-me uma foice,
um martelete e um formão.
Uma fornalha acesa,
Um fole de soprar o vento
Para que se mantivesse em
labaredas a fornalha. Que
o fogo aceso
-- por alguém,
a quem eu não conhecia,
mantivesse me aquecido
durante os dias que
sem que eu ainda percebesse
tinham sido transformados
em longas noites frias.

Ao lado, juntinho do coração
deixaram normas e um rosário
que deveria eu desfiar
-- como se fosse um calvário
de normas e de preceitos.
Eram conceitos de viver... E
de sentir as coisas, das
quais não poderia me despir!
Vivê-las deveria só;
Nunca nelas pensar;
Nunca delas me abstrair!

Tentei calar-me.
Calado, eu quis o coração ouvir.
Ouvi... Não pude resistir!

-- Gritei, de novo. Mais um vez
disseram que "não!". A vida é
-- devendo ser, entre a foice,
o nartelo e uma fornalha,
Esta, mantida acesa por um fole
-- do tipo dos que se sopra,
ao som de sorpraninos. Ao lado
de um semelhante nosso. Aquele
que sempre diz: "sim, meninos!".

Agora, eu disse "não!".
Então, disseram-me que "sim!"...
Pois é, a vida se contradiz
-- Sempre assim.

Uma canção cigana


Johann Wolfgang von Goethe
(1749 - 1832) Escritor e Pensador alemão
Иоганн Гете. «Цыганская песнь»
Tradução, para o russo, de Н.Вильмонт (1771)

Tradução, da versão russa, por Mykola Szoma
Uma canção cigana

Neblina fluindo,
Uma neve intensa,
Na floresta silente,
encoberta
pela escuridão
da meia noite, ouço
Os famintos uivos de lobos.
É um chamado felino. Assim:
u-u-u!
Poderia sê-lo:
hu-hu-hu!
Huih-uhu!

Disparei um tiro. Era um gato.
-- Era gato de Annette-elfa de
leve negra pelugem... Caiu!
Sete vidas, esta noite, o gato
cumpriu. Disse eu, sete!
Tal como sete bruxas aldeãs...
Poderia sê-lo:
hu-hu-hu!
Huih-uhu!

Todas elas eu reconheci. Eu as
já há muito conhecia -- Annette,
Uzrel, Kitty, Luizy, Bárbara,
Mariken e Beth -- Elas juntas
uivaram, em forma de um anel:
Poderia parecer-se como:
hu-hu-hu!
Huit-uhu!

Clamei, em voz alta, pelo nome
E, a cada qual, eu perguntei:
Quereis o quê? Elas se mecheram
Em forma, de arrojado grito,
sumiram por entre as nuvens das
densas neblinas, cantaram assim:
Já de longe, se ouvia:
u-u! e assim
Huit-uhu!..

domingo, 7 de outubro de 2012

За чим?


За чим я біжу?

Втікають від мене часи
А за ними гонюся
-- й не знаю, чого.
Що мають для мене
що так їх рахую?

Хто скаже й покаже
про часів перемогу
за якою
щоденно
як дитина, за цукерком,
я біжу?

Мій брате!
Що знаєш про часи
Що втікають
Що, серед поля життя,
нас самих залишають. таж
і нашої думки й знати не
бажають!..

Часи летять. Як літаки,
в повітрі,
свій шлях вітряний
забувають. Розносяться
як хмари. Розкидаються
в минуле й там умирають.

Ой на горі
там альпіністи піднімалися
А внизу, по зеленім гаю,
часи мого буття в минуле
чомусь верталися...
А "пташинка",
із мелодрами, зйомки брала
Здатність моїх часів співала.

Мама мені казала:
"Пташинка
це маленька дівчинка
яка, час від часу,
на липі цвірінкувалв".
А. чи бабуся,
в нашій давнині,
про таке знала?
Напевне. і не гадала!

А за що я біжу?
Мені мама не сказала!

sábado, 6 de outubro de 2012

Vale a pena viver


Fedor Sologub (1863 - 1927)
Nome real: Fedor Kuzmich Teternikov
Filho do ariscrata Kuzma Afanasevich
Teternikov, proprietário de terras da
então província do Império da Rússia,
Poltava (hoje, Ucrânia).

Tradução do russo por Mykola Szoma

Vale a pena viver
(o original, está sem nome)

Desencontros terríveis,
Obscuras encrencas...
Os anos se escoam depressa,
Como as noites dos bordeis.

Após a desgraça, segue-se outra.
Alegre viver, ter fé numa crença --
Esperar o futuro, sofrer o momento,
Chorar de tristezas, hipócrita ser.
Mesmo assim, vale a pena viver!

Dia pós dia, tudo é igual,
Mudanças não há. Nada de novo.
Pensamentos ruins, sempre piorando.
Longos anos de luta -- Labuta de um
Lento e extenuante trabalho,
Agradando a todos, servir,
Rebaixar-se, destruir-se.
Mesmo assim, vale a pena viver!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Quem és?


Pergunto: "Quem és?"
-- "O que queres?" e
Pensas o quê?
Por que?

Sentes saudades
das coisas que foram?
Que voaram ao vento
como se fossem
folhas caidas
das roseiras
partidas ao
meio e só.

Responda-me!..
Ao menos,
qual é o teu nome.
O prenome apenas. Sem
constranger-te,
me digas somente
"Quem és?"

Não sei quem tu és. Nem
tu sabes quem sou!..
Eu vou caminhando,
calcando as areias,
das praias dos mares
e dos oceanos, que a
minha existência
me apresentou.

Eu tinha um nome
que, pelo vento,
aos poucos,
se dissipou...

Hoje, de nada me valho
construino a laje
da futura pousada
Ao lado da qual
nascerá uma uma flor
sob a sombra de um carvalho.

Recordo -- Eu tinha um nome!
Orgulho-me dele. E
quero saber "Quem és tu?"

Não conheci


Eu não conheci Marco Polo
Nem tenho pretenção alguma
de estar apertando a sua mão.

Se o quizesse,
teria de retornar-me ao passado.
Porém, eu não acredito
-- de modo algum,
em uma retro-encarnação. E não!

Retro, para mim,
só uma retroescavadeira
Que cavoque os pedregulhos
encravados nas profundezas
da terra -- Do chão em que piso.

Dizem que, lá nas profundezas --
Que eu não acredito, pode estar,
de algum modo escondida
a origem do começo
dos inicios do
Paraiso... Daquele que, uma dia,
foi perdido. O certo é:
Alguém deu nele um sumiço!
Mas digo isso sem compromisso...

Também não conheci Colombo.
Nem sei se é verdade
que ele descobriu os índios
da América do norte.
Os homens dos quais se orgulha hoje
a novel européia sociedade.
A tal da ilha Bretã que,
por força do destino,
lhes deu a notoriedade!

No tempo dele não havia Atlas ainda
-- que indicasse a posição do sul e
na certa, ele próprio duvidava: Era
o começo, ou o final de um encontro
que lhe outorgasse "avant-premièr"
de uma nação "bombastic-destroyer",
Se assim se quer... Não acredita --
Quem não tem fé. Ou, se não quizer!

Por mim, dá tudo na mesma...
Um dia ser -- da semana, qualquer, ou
o dia ser da "quaresma".
Pois o cristão só é tal, se obedece a
"lei da igualdade". Qualquer pequenino
tem valor similar ao valor da irmandade
-- Nem Colombo, nem Marco Polo merecem
mais honras da respeitável sociedade!..

Ei!


Vladymir Mayakovsky
Эй!
1916

Tradução do russo por Mykola Szoma

Ei!

Molhada, como se fosse lambida,
a multidão.
Circula o ar, contaminado pelo mofo.
Ei, Rússia!
seria possível
algo mais novo?

Bendito foi quem pode,
pelo menos por uma vez
fechar os olhos e não lembrá-los.
Desnecessários, como se defluxo de resfriado,
e sóbrios,
tal como a água narzan.

Todavia, vós sois inesqucíveis, exatamente
em todo universo não se encontra Kapri.
Porém, Kapri existe.
Em resplendor de flores
toda uma ilha, como mulher o fosse.
De chapeu cor-de-rosa na cabeça.

Levemos os trens às fronteiras. Esqueçamos
as margens. Nos navios agitemos os corpos.
Então, descobriremos centenas de Américas,
Nos polos desconhecidos, erigiremos a paz.

Veja, como tu és formoso,
e eu, o quê sou --
Eis que a minha mão é rude.
Talvez, porque constante fui eu em torneios,
Talvez, porque fazendo parte dos combates
eu fui mais hábil e melhor espadachim.

Satisfação é poder dar um golpe certeiro.
Com calma observar, abrir as pernas de modo
que se possa, ao adversário, o golpe desferir.
Honrar dos ancestrais as lutas e,
com a espada da lógíca, vencer...

Depois, em dourados salões, inflamados
e esquecidos de longas noites de sono,
Uma noite inteira passar acordados...
Mergulhar os olhares
numa taça de amarelado conhaque.

Finalmente eriçados, como se ouriço fóssemos,
pela manhã e de ressaca -- já restabelecidos,
poder atormentar o amor da "querida infiel",
Dizendo ter "poder para dar-lhe cabo de vida"
Lançando o seu corpo às profundezas do mar...

Pasguemos a tolice das casacas e das camisas,
Coloremos o peito engomado sob a blindagem --
Curvemos a mão, empunhando de mesa o facão, E
todos seremos, mesmo só por um dia, espanhois.

Para que todos, esquecendo a sua mente nortista,
se amassem, se digladiassem, se perturbassem...
Ei!
Homem,
convoque a própria terra
para dançar uma valsa!

Tome os ceus, bordando neles
descubra novas estrelas e as exponha, para que
freneticamente raspando, toquem os telhados
levantem para os ceus as almas dos artistas.
..

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Esbelta e elegante


Samuel Yakovlevich Marshak (1887 - 1964)
Filho de judeus, nasceu em Voronezh (Rússia)
Poeta soviético, dramaturgo, tradutor e
crítico literário

Tradução do russo por Mykola Szoma

Esbelta e elegante
(no original, está sem nome)

Na penumbra encherguei:
tu estavas ali!
A janela o teu vulto mostrava,
Borboletas, do lado de fora, dançavam
No instante, do inverno o baile findava
Porém, orgulhoso ainda, vestido de brilho
o pinheiro alvar ainda se ostentava...

Pareceu-me que a tua cabeça meneava,
Pensei: "... ela bem que sabia"
Como o vestido, que tu vestias, de peles,
Tão bem te caía. Estavas esbelta e elegante.
Os meus pés já me tremiam e tu me fugias!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O sonho de Afrodite


Encontrei nas páginas da Internet
Autor russo desconhecido (Não localizei)
Gostei do poema e traduzi para o Português

O sonho de Afrodite
Tradução do russo por Mykola Szoma

Onde está a tênue fronteira
Onde está o traço que delimita
além do qual não existe o mundo de amor?

Onde mais que um encontro
de desejos secretos, e de
enlevos de alma, mais arde e queima
que o calor das candentes estrelas?
Que a absolvição das paixões do desejo
das batidas de um pulso de whisky?

Quem se despede -- semeiando a loucura,
levantando o pó, não encobre o passado?
Que traspassem, as setas de Eros, o peito
Iniciando a jogada de amor...
Aqui desiguais não subsistem.
-- Diferentes formando um só!
Uma corrida em busca de trofeu,
Sem erros e sem transtornos,
Ou sofrimento de vaguear em trevas
Sem uma luz iluminando, andando ao leu!

Terás perdão pelos desejos teus de amante?
Escoimarás-te das mentiras, conseguirás
livrar-te sem que descubras os caminhos
que levam pelos caminhos da escuridão?
E destes tenebrosos sedimentos
Licores sorverás -- de atos pecaminosos,
Que não serão mais que puros sentimentos.

Um mito e nada mais. -- Cáos das noites...
Somente a fraqueza de um terror. Torpor...
Uma simples dor e sofrimento.
Perdas de algo sem valor.
Não são as pétalas douradas brilhando
Nas palmas da mão da Vênus... E creia!
O sonho é só de Afrodite... É de amor.

Як ліс шумує


Прислухайся до лісу чутко
як він шумує...
Як птахи, по верхах сосен,
крила свої махають.
Та як метелики,
споміж зеленим листям,
себе показують...

Та який танець
вони танцюють... Диплом же
танцюристів та й репертуар
їхній пісневий, такий яким
лишень вони діять воліють
і чути своє слово, тільки
одні вони уміють!
Та й розуміють...

А з ними я і розмовляю.
Живу в хатині.
Серед каміння.
Збудована з каміння... Постеля
всередині, вся із каміння.
Самого дихання основи, камінь!
А серце тверде як та кістка
на подушці, вишита з каменю,
легенько й спокійно спочиває...

Прислухайся до лісу чутко.
Я прислуховують часами.
Не завжди. Серед каміння не так
спокійно й спати... Подушка
вже застаріла... Камінь твердий!
А серце як та кістка
Бажає, тільки, лежать спокійно!
А хочеться почути
як ліс шумує... Й тобі сказати!

Uma canção de inverno


Piterka Badmayeva Olga
Зимняя песня
Tradução do russo por Mykola Szoma

(Estudo de variação sobre o original da Autora)

Canção de inverno

Pequena choupana -- coberta de neve
qual gnomo, encravada nas selvas
fagulhas içando o seu brilho ao ceu.
Os ventos sussurram canções
como se de uma harpa
jogassem melodias ao leu...

Labaredas de fogo se lançam na noite
e brilha carvão na lareira...
Gelado apenas da lua o brilho
e a alma se sente vazia e só.
Meus dedos, de frio já roxos,
pedem socorro em vão...
Já que a alma -- também congelada,
Não lhes atende o pedido.
Também vai sucumbir apreciando,
na lareira, o brilho do carvão!

As bétulas altivas e suas copas,
os olmos e os carvalhos seculares,
olhar garboso levantam para os ceus.
Ao seu redor vagueiam marimbondos e
vozes ecoando dos elfos florestais.
Sem transgredir o limite das flores
o coração conhece a fonte dss dores.
Da perda total do sonhável, a vida
se torna uma "Canção de inverno"...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Моє право


Старе нове питання
Як ти філософ, то
вже відповідаєш
-- Чи можу я
твою систему,
без твого дозволу,
в тупік загнати?..

Чи так, чи ні...
Питаю, ось тебе,
"Можливо так
з кимсь розмовляти?"
Не відповідай тепер,
я можу ж почекати!..
Вічність не витягне
думки ніякої
із нашої малої хати.

Мій телефон тобі не дам.
Зі мною можеш поговорити
так як колишній пан.
Тільки з повагою
звертайсь до мене...
А з рештою, все лишиться
як листя трави, зелене...
Старе нове питання
таке й далі перенесеться!

Виконую сумлінно... Дарма
не пропускаю слова мого.
Не змішую мої прості ідеї
з ідеями чужих просторів.
Я переробляю чужії задуми
щоб клекотіли моєму мозку.
Та співаю як пісню одну!..

Ariadna


Fedor Solohub
Ариадна
Tradução do russo por Mykola Szoma

Ariadna

Onde estás tu, minha Ariadna?
Onde está o teu mágico novelo?
Estou perdido num labirinto!
E, sem ti, vou-me esfalecendo.

O meu facho de luz se apaga,
Sob alerta do incerto estou.
Vivo por socorro clamando --
Quero ter o saber e a força

De um caminho escolher. Só!
-- Não o vejo. São muitos.
Tenho medo... Sozinho estou!
Mergulhado em trevas caminho.

Me rodeiam milhares de sombras
-- São vítimas expondo feridas.
Seus olhos, de fogo ardente,
Lançam labaredas ao ambiente...

Suas vozes, de estrondo, ecoam!
Encobrem a neblina dos tempos.
-- Desumanos escombros da vida,
Poderieis ouvir o grito feroz?

Onde estás tu, minha Ariadna?
E onde está o fio da Ariadna?
Somente ela poderia me ajudar!
Ela pode abrir o labirinto...

Manhã de outono


Poema de A. S. PUSHKIN (1799-1837)
Осеннее утро (1816)
Tradução de Mykola Szoma

Manhã de outono

Ouve-se ruidos;
São flautas campestres
Anunciando a minha solidão,
E com a imagem da doce amante
O último sonho tomou a imaginação.

Da noite o manto caia dos ceus.
Estrelas brilhantes encobriam
o já palido dia -- Ao meu derredor
Um silêncio vazio tudo esculpia...

Ela não está mais comigo. Eu estava
à beira do rio... Junto ao qual Ela
às tardes risonhas, alegre sonhava.
Seus passos, pelos prados verdes, e
à beira daquele rio, eu procurava.

Vagando só, e no silêncio das matas,
Clamava o nome dela eu sem cessar!..
O eco navegava pelos espaços longes.
Como resposta -- da mente o retorno,
Fluia a mensagem dizendo: Ela partiu!

Antes da branda primavera...
Eu despedi-me dela e da alma
Já com a fria mão de outono.
Desnudas bétalas e tílias --
Ao lado delas, ela murmura
Acalentando bosques esquecidos.

Dias e noites ali flutuam
folhagens amareladas e ressequidas...
Neblina cobre as campinas refrigeradas.
Vez outra, ouve-se dos ventos o zumbido.
Campos, colinas e outeiros,
e bosques de carvalhos, conhecidos!
São os guardiães de um silêncio sacro!..
São tgestemunhas da triste solidão!
Já foram todos esquecidos...
Antes da branda primavera!..

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Quadras desenquadradas


Trampolim de mim fizeste.
Acessaste os objetivos...
\mas cuidado!
Não distraias
-- Nada é definitivo!..

Minha mãe foi cantadeira.
O papai foi cantador.
E eu vivo de saudades
-- Sonho ser um trovador!

Se em teus olhos vejo mágoa
-- Cantos e grito de alegria.
Sou malvado e vingativo!..
-- Quero ver-te numa fria.

Canarinho amarelo,
Canarinho cantador!.
Cante aquela do trinado
-- Tu és nela um doutor!

Se o amor que tu me sentes
é dificil de duvidar; Pois,
pergunto eu: Por cortesia,
uma amante poderia enganar?

Canta, canta, passarinho!
O cantar faz bem à alma.
Todo aquele que cantarola
tem sossego e paz na alma.

Triblei a sorte malfadada!
Assim pensei, comigo mesmo.
Qual nada!.. Mesmo driblada
se recompos em dobro --
Arremessou-me a esmo...

Triste a sina é da vizinha.
Ficou a viuva de improviso!
-- Não estava preparada...
Eis que a vida pede-lhe siso.

Clamei por ti desesperado
quando senti saudades tuas...
E o eco reverberou-se!..
É tarde! Ela é mulher da rua.

De nígera cutis
o teu corpo vadio
esbraseia o ser.
Porém, não de todos
-- De quem queira apenas
junto a ele se aqpecer!

Se amar é sentir saudades,
Então eu te amo. -- Porque
Sempre sinto saudades de ti.
Quando distante estás, mais
O meu peito queima em mim!..

Tu me chamaste de palhaço.
Palhaços somos todos nós.
Enquanto o sou por escolha
Tu és por parte de teus avós.

Uma vez me perguntaram:
O que é saudade de uma flor?
Eu respondi: Toda sudade
só é saudade, porque é dor!

Se alguém amar sem ciumes,
Esse alguém não ama. Oh, não!
-- O amor, que é verdadeiro,
Gera ciumes e domina o coração.

Vai vivendo a tua vida.
Não desdenhes o teu filão!
Filho meu, enquanto és jovem
tome o mundo em tuas mãos!..

As quadras que canto agora
São cantos da sorte maldita.
Ela fustigou-me tão forte
que nrm sinto mais a vida!..