segunda-feira, 4 de junho de 2012

Foi assim


Nos tempos idos, quando
os tempos não se contavam.
Uma nuvem tenebrosa
por sobre as águas,
como se um manto fosse,
a tudo encobria e --
A luz ainda não havia...
A noite e o dia não existiam.
Por sobre os abissais espaços
-- "buracos negros" de hoje,
movia-se a vontade soberana,
que era o Verbo eterno e o nirvana.


O Verbo quis por ordens
nas coisas que não eram.
E sete dias bastariam
para que tudo se fizesse.
Ao simples emitir do som
"Se faça!"
a mais inusitada imagem,
de uma idéia, de mediato aparecesse.
Pela potência volitiva
o Verbo se realizasse
-- dando a forma e o conteudo
ao um mundo que se potencializasse!..

Fez-se um jardim.
Cognominou-se de o "Eden".
Em torno dele fez-se o mar e,
também, vastos campos se fizeram...
No centro, erigiu-se uma catedral
que manteria os papiros do saber
envoltos em pétalas de paciência,
que teriam, a cargo dos vindouros,
mantidos os seus poderes
de transformar as potências em seres.


O Verbo havia tornado real
a idéia de uma existência
em forma de um ser mortal.
Para que tomasse a conta das coisas
de sobre a terra, de dentro do mar,
das coisas que voam nos ares e
das coisas que, porventura,
ainda se "possam" criar...
Adão o chamou.-- As chaves,
da porta do Eden, então lhe entregou.
Após sete dias de intensa labuta
o Verbo, por fim, descansou.


Os espaços abissais se ordenaram.
As águas tiveram fronteira traçadas.
A terra se viu cravejada de flores.
Animais e aves encheram as matas e
os peixes povoaram os mares.
Os que mais se mostraram felizes,
foram os pássaros, que encheram as
nuvens, cobrindo os céus, de balés
de encantadas matizes.


E foi assim
que o Verbo se fez o dia e se fez a luz.


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