sexta-feira, 6 de abril de 2012

Eu sou cossaco

Envelici em terra, que não a minha...
Distante dos albores onde nasci --
Eslavos campos, de extensos vales,
injetaram um sangue russo-kyiviano
nas minhas veias. Eu sou cossaco!
De lá forçado vim pelo destino!
Destino, que eu próprio não escolhi.

Nem poderia escolhe-lo. Era menor.
Obedecer aos pais, foi um dever!..
A história das nações, cambaleante
foi a culpada de assim acontecer.
Deixar preciso foi a terra pátria, para
em terras outras se esconder!..
-- Foi escolhido o Brasil. Para viver!..

Aqui ergui os meus esteios.
Quatro paredes. Por cima, um teto --
ao som de "Marcha eslava", erigi.
Para dar-lhe um acabamento nobre
com as rosas dos lábios de morena
-- do chão, os tapetes todos revesti!..
Assim realizei-me em terras de saci!

De lá, onde eu nasci, lembranças só
de modo tênue mantenho... Não sei:
Se sou de lá, se sou daqui? E penso
que o mundo é menor do que se vê --
Cabe na palma da mão!.. É só sentir,
na alma e no peito, apenas o carinho.
Sentir-se bem feliz, é só ter um ninho!

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