quinta-feira, 31 de maio de 2012

Era assim



Pedro era sanfoneiro.
Filho de Kovalzetsky
-- irmão prestativo,
que nas horas vagas
dedicava-se a serviços
de um carpinteiro...


Irmão Anton era seu nome.
Refugiado de guerra.
Chegou à terra nova e logo
instalou-se em Sta Maria,
de São Caetano o bairro nobre.
Feliz, embora de família pobre.


Ucraniano, irmão Anton
era pai de dois filhos...
O mais novo: Pedro que
destacou-se na sanfona.
Tocava hinos na Igreja Russa
Em São Paulo à Rua Prates...
Ali, junto ao Jradim da Luz
do Bom Retiro... Seu irmão
-- filho mais velho de Anton,
era maestro-regente
do grande coral do Templo,
que cantava, aos Domingos,
louvores a Deus!..
Era festa, sem disfarces.
Irmãos, na fé reunidos,
davam graças a Deus
Por terem sido trazidos,
à terra nova, sadios e
dispostos a criar novos enlaces!
Babunha era a esposa de Anton.
Uma “velhinha” bondosa.
Criara seus dois filhos
na fé verdadeira e respeitava
-- com o seu jeito simplório, a
bondade dos outros. -- Em seus atos,
de mãe humilde, era sempre jeitosa.
Jamais se irava com alguém e
era sempre uma irmã caridosa...


Quando a Igreja Russa inaugurou
a Congregação Ucraniana,
de Sta. Maria de São Caetano,
Foi o irmão Anton quem dedicou
os seus trabalhos de marceneiro
na confecção de bancos de madeira.
Duas dezenas deles, ou talvez mais,
permitem que os fieis se acomodem
para ouvir as preleções e
os sermões das pastorais.


Ivan, filho mais velho: o maestro
Organizou vários conjuntos de vocais.
Um coral masculino -- 16 vozes;
Um coral misto com 30 vozes, ou mais.
Um conjunto musical de instrumentos.
Uma orquestra de cordas -- de
bandolins, guitarras e violinos.
E Pedro, o Sanfoneiro,
convidava os jovens a congregar e,
a cantar louvores, que não tinham fim!


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