quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Борис Леонидович Пастернак

Boris Leonidovitch Pasternak
Борис Леонидович Пастернак
(1890 - 1960) Poeta e romancista russo. Obra maior: Doutor Jivago
Foi-lhe atribuído o Nobel de Literatura de 1958, mas ele não foi
autorizado a recebê-lo por razões políticas.

Poema: Золотая осень
Tradução do russo por Mykola Szoma
Outono dourado

Outono. Parece um conto de fadas,
Escrito para que todos o possam ler.
Caminhos abertos, através de florestas,
Pelos caminhantes -- que vão deliciar-se,
com as belezas dos lagos.

Até parece ser uma exposição de arte:
Salões, salões, salões, salões nobres
De ulmos, de freixos e de álamos
Envoltos em suas vestes douradas.

Tílias formando arcos dourados --
Parecendo coroas de noiva.
O visual das bétulas --
Sob o véu de noiva, diante do altar,
Diáfano e límpido...

A terra inumada
Sob as folhagens, cobrindo as covas,
No entorno amarelado dos casarões...
Como que enquadrada em molduras douradas.

Ali o arvoredo, durante o mes de setembro,
Sob a luz da aurora, fica postado alinhado.
O ocaso, sobre a casca da sua pele, deixa
Uma marca indelevel de um colorido de âmbar.

Ali não se pode pisar em barrancos,
Para que não se tenha notícias
-- por todos os cantos: Assim se enfurece,
que nem um passo se possa dar, sob os pés,
a milenar folhagem...

Ali, ao final das alamedas,
Ouve-se ecos de íngremes encostas
E da aurora o irromper da cor de cereja
Também, a transformação dos raios em energia.

Outono. Um canto milenar
Sede de livros antigos, de vestimentas, de armas,
Ali, onde o catálogo de todos os tesouros,
É folheado -- permanentemente, sob o frio intenso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário