sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A família desintegrou-se

não há janelas
não há portas.
Nem poder haveria,
porque paredes não há!

O que deveria ser um lar,
tornou-se um espaço aberto
-- sem limites do errado,
-- sem saber o que é certo!

Os arbustos de fora
estenderam as suas ramagens
para as indefesas searas
de incipientes pastagens
dos inférteis campos de dentro.

A família partiu-se
mergulhando os seus membros
nas sombras de um caos incerto!

Não há mais timoneiro -- Todos,
insubmissos, em si sucumbiram
-- Procuram caminhos estranhos,
que os ancestrais não previram!

Perderam o rumo...
No seio das sombras,
de escusos costumes dos outros,
suas raizes ruiram!
Esqueceram-se do ponto de onde
-- quando infantes ainda, partiram!

Restou a saudade,
dos sonhos de ontem...
Novos sonhos, na insonia, faliram!..

A família desenquadrou-se.
Paredes cairam --
janelas e portas,
não subsistiram!

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