Margarita Aliger (Margarita Iosifovna Aliger) (Маргарита Иосифовна Алигер, 1915 - 1992) O nome dela também é: "Маргарита Иосифовна Зейлигер" Nasceu em Odessa, na Ucrânia. De família judaica, de sobrenome Zeliger. Poetisa soviética, tradutora e jornalista. 1934 -1937 estudou em Maxim Gorky Literature Institute. Foi casada com o compositor Konstantin Makarov-Rakitin, que faleceu, em 1941, na batalha de Yartsevo. A sua obra poética compõe-se de 70 poemas (da série). Tradução do russo, para o português, é de Mykola Szoma. ________________________________________________________ 19. Irpen (Ирпень, 1938) Por certo, vós tendes um outono agradável! De leve, pendendo a sua cabeça sem chapeu, -- Ah! Se, pelas alamedas, eu pudesse caminhar, mexendo os purpúreos aromas destas folhas secas. E num silêncio diáfano e tremeluzente -- Confiante, estendendo as mãos enrijecidas, às margens de um sinuoso rio, pudesse eu espiar-me, nos clarões dos reflexos, embevecido. Bendita seja a lentidão dos rios de outonos. As águas correm, de vivas colorações tingidas; Parece até que são humanos os seus anseios, quando perderam o seu destino e seus impulsos. Recordo ainda, como andava por aqui a primavera -- suas passadas vagarosas e imperceptíveis; Que se escondia, tal como o rasto de leve remada, que jamais se alinha -- na chegada, com o barco. Os Ocasos eram mais leves e mais claros, Sem muitos cuidados aquecia-se as águas, Eles não eram perigosos para as primaveras daquele poderoso e indiscutível Levante. Hoje, o sol desliza vagarosamente, espalhando a claridade das amarguras, como se lhe -- de longe, viessem ameaças e que, de modo algum, evitadas pudessem ser. Já não se pode ver que, por detrás das casas, em quão enormes precipícios o sol se esconde; Eu porém, como qualquer outono, pressinto o caso, para a natureza toda, desse tremulante anoitecer.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Irpen
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