segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Disseram "Não!"


Gritei: "sim!.."
Queria ser do jeito que
Ao mundo vim...
Disseram-me que não.
Havia normas de obedecer
Andar (ainda eu não sabia)
conforme as regra
já estabelecidas. E
aos montes, já as havia!..

Deram-me uma foice,
um martelete e um formão.
Uma fornalha acesa,
Um fole de soprar o vento
Para que se mantivesse em
labaredas a fornalha. Que
o fogo aceso
-- por alguém,
a quem eu não conhecia,
mantivesse me aquecido
durante os dias que
sem que eu ainda percebesse
tinham sido transformados
em longas noites frias.

Ao lado, juntinho do coração
deixaram normas e um rosário
que deveria eu desfiar
-- como se fosse um calvário
de normas e de preceitos.
Eram conceitos de viver... E
de sentir as coisas, das
quais não poderia me despir!
Vivê-las deveria só;
Nunca nelas pensar;
Nunca delas me abstrair!

Tentei calar-me.
Calado, eu quis o coração ouvir.
Ouvi... Não pude resistir!

-- Gritei, de novo. Mais um vez
disseram que "não!". A vida é
-- devendo ser, entre a foice,
o nartelo e uma fornalha,
Esta, mantida acesa por um fole
-- do tipo dos que se sopra,
ao som de sorpraninos. Ao lado
de um semelhante nosso. Aquele
que sempre diz: "sim, meninos!".

Agora, eu disse "não!".
Então, disseram-me que "sim!"...
Pois é, a vida se contradiz
-- Sempre assim.

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