sábado, 13 de outubro de 2012

Vento forte


O vento varre a minha face!
Sobe areias miudas para encobrir,
das pálidas penumbras horizontais,
que se prostraram -- à minha frente,
o meu destino e, de repente,
fizeram-no translúcido e disforme...

Não sei se é má sorte,
ou se é de sorte má
queixar-se de desventuras.

Se houver a lei de punição, direi:
Não tenho sorte!.. Até agora,
não vi punido -- por roubo de
corações, nenhum ladrão... Eu
também, não! Confesso: Roubei
a cinquenta anos atrás,
da minha amada, o seu pequeno
e colorido de vermelho coração.

Mas sorte existe, meu irmão...
E se o azar é a falta de sorte?
Só poderia tê-lo todo aquele que a
cigana não lhe pudesse ler a palma
da sua mão.

O vVento forte continua soprando.
Continua levantando areias do chão.
Continua encobrindo o visual,
de pálidas penumbras, à minha frente.
O meu destino
parece-me trnaslúcido e disforme!..

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