domingo, 28 de outubro de 2012

Lascou-lhe um tapa


Lascou-lhe um tapa na cara.
Ela não soube porque!?.
Indignada, chorou...
Em silêncio, o rosto --
entre as mãos, escondeu.
Depois, perguntou: Foi o
Que que eu fiz pra você?
Não houviu a resposta.
Não houve nenhuma.
O covarde é assim!
-- Faz, aos outros
desgraças. Se cala depois.
Não quer que o vejam ruim.

Ele era um rapaz de
princípios morais ilibados.
Na verdade, se dizia
um cristão exemplar!
Cantava em coral,
tocava bandola,
Frequentava a escola
que estudava a palavra vital.
Porém, nem todos seus atos
mostravam que, de fato,
ele pertencia à estirpe real.
Um deles -- O da tapa,
lascado na cara, sem que ela
o merecesse... Sem saber:
Por que, afinal?

Os dias passaram.
As mágoas cessaram.
A história espraiou-se.
O cunho sócio-cultural
foi revelado. -- O tapa
serviria de freio
Para que ela,
com um seu colega,
não se casasse... -- Ele, era
um loiro de olhos azuis. Ela
morena, de pele escura, olhos
negros jambo, caju e graviola.

Coitado! Falhou por completo.
Seu nome eu tenho lembrado
Porque nele embutido está
o tapa que ele deu nela.

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