segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tristeza de inverno


Григорий Казанский: рок-музыкант, поэт.
Grigoriy Kazanskiy "Грусть в зимнюю ночь"

Tradução do russo por Mykola Szoma

Tristeza de inverno

Nevasca, frio, a neve cobre os telhados.
Fogueiras ardem por toda a parte!..
Quando apagares as luzes do quarto,
Olhando para a janela, verás os desenhos
do gelo, que espalhou a ramagem
pelas vidraças. Cintilando
sob o brilho dos raios do luar.
Dois corações pareciam sentir mais calor.
Era eu. E tu estavas comigo...

Quão poucos de nós restaram,
Amigos nossos e companheiros!
Nosso farol ruiu, candeia apagou,
O mundo que se foi, não volta mais.
Farol deixou de iluminar...
Porém, as planícies do fundo do mar
tremeluzem descargas de fotons de luz...
Derretem-se os flocos de neve,
azuis como as nuvens dos ceus.
Despositam o seu peso diluido
na palma das minhas mãos...

Nenhuma alma se avista pelos espaços.
Envoltos em trapos, como se taiga,
A nossa cidade e a nossa vida,
Até a garganta, pelos séculos.
A neve azul ainda cobre os telhados,
Da lua os raios gélidos flutuam.
Nós dois -- agora, eu e tu, estamos
Eternamente e para sempre separados.

Em cada noite tenho sonhos:
Pareço estar voando por sobre a lua.
Lá nos confins do universo --
Escuridão e sombras... Para além
das linhas dos horizontes, Eu vejo-me
voando, como quem voa, sobre os raios do sol.
E, num espelho, deparo-me na neve mergulhado.
Nas minhas mãos, um par de asas querendo
para um vôo -- de novo, me arrebatar!

Eis que voamos juntos.
Cabelos de mechas embaraçadas
Varrem os ceus... Voamos juntos
Por entre as nuvens de instáveis ilusões.
Nós cisalhamos o firmamento:
Fazendo três estratos -- três, um e dois.
Estrelas querem cair em nossas mãos.
Vamos buscá-las.
Voaremos até elas, então!

***

Da lua o brilho corta a vidraça da janela,
Reflete, sobre os telhados, a sua solidão.
O mundo todo repousa, já adormecido...
E tu -- Ó, Lua!, por sete longos anos,
Como se estivesse em sono mergulhada,
Sobre a vidraça da minha janela
as luzes mágicas não podes apagar. Porém,
na bruma os cantos encantados se derretem.
E tudo -- ao meu redor, fica de modo igual.

Poucos de nós restaram,
Amigos nossos e companheiros!
Nosso farol ruiu, candeia apagou.
Para alguns tudo -- para outros nada, mudou!
O brilho da lua, sobre os telhados e
sobre as vibraças, da minha janela,
alguns mosaicos gelados desenhou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário