sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ei!


Vladymir Mayakovsky
Эй!
1916

Tradução do russo por Mykola Szoma

Ei!

Molhada, como se fosse lambida,
a multidão.
Circula o ar, contaminado pelo mofo.
Ei, Rússia!
seria possível
algo mais novo?

Bendito foi quem pode,
pelo menos por uma vez
fechar os olhos e não lembrá-los.
Desnecessários, como se defluxo de resfriado,
e sóbrios,
tal como a água narzan.

Todavia, vós sois inesqucíveis, exatamente
em todo universo não se encontra Kapri.
Porém, Kapri existe.
Em resplendor de flores
toda uma ilha, como mulher o fosse.
De chapeu cor-de-rosa na cabeça.

Levemos os trens às fronteiras. Esqueçamos
as margens. Nos navios agitemos os corpos.
Então, descobriremos centenas de Américas,
Nos polos desconhecidos, erigiremos a paz.

Veja, como tu és formoso,
e eu, o quê sou --
Eis que a minha mão é rude.
Talvez, porque constante fui eu em torneios,
Talvez, porque fazendo parte dos combates
eu fui mais hábil e melhor espadachim.

Satisfação é poder dar um golpe certeiro.
Com calma observar, abrir as pernas de modo
que se possa, ao adversário, o golpe desferir.
Honrar dos ancestrais as lutas e,
com a espada da lógíca, vencer...

Depois, em dourados salões, inflamados
e esquecidos de longas noites de sono,
Uma noite inteira passar acordados...
Mergulhar os olhares
numa taça de amarelado conhaque.

Finalmente eriçados, como se ouriço fóssemos,
pela manhã e de ressaca -- já restabelecidos,
poder atormentar o amor da "querida infiel",
Dizendo ter "poder para dar-lhe cabo de vida"
Lançando o seu corpo às profundezas do mar...

Pasguemos a tolice das casacas e das camisas,
Coloremos o peito engomado sob a blindagem --
Curvemos a mão, empunhando de mesa o facão, E
todos seremos, mesmo só por um dia, espanhois.

Para que todos, esquecendo a sua mente nortista,
se amassem, se digladiassem, se perturbassem...
Ei!
Homem,
convoque a própria terra
para dançar uma valsa!

Tome os ceus, bordando neles
descubra novas estrelas e as exponha, para que
freneticamente raspando, toquem os telhados
levantem para os ceus as almas dos artistas.
..

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