segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A lua enamorada


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Влюбленный месяц, 1868)

A lua enamorada

A minha senhorita passeava pelos jardins,
Já era tarde da noite, quando ela andava --
Má sorte... Perdeu o anel de brilhantes,
Da sua branca mão, parece que deixou cair.

Ao deitar-se na cama, percebeu assustada;
Preocupada, procurou entre os lençois...
Não encontrou o anel -- sentiu-se furiosa,
-- A mim coitada, chamou-me de ladra.

De "ódio", não sabia eu onde esconder-me;
Se, ao menos, a maẽzinha estivesse viva --
Em defesa minha se poria!.. Saí ao jardim,
Olhei a lua iluminada -- Envergonhei-me.

Ouvi a lua -- cheia de brilho, murmurando:
"Não tenha medo de mim, linda donzela!
A lua, tal qual você, vagando pelas noites,
Não cai em sono, com as cortinas escurecidas.

Não por acaso eu saí esta noite -- Brilhei:
Observei muitas tristezas, muitas donzelas,
E quando a noite percebeu a sua senhorita,
Em alguma felicidade tranquila eu mergulhei.

Como se noite fosse, ela passeava pelos jardins
-- De ombros brancos, aberto o branco peito... --
Quem pode-me dizer, de mim teria ela saudade,
Ao derramar as lágrimas, sobre a úmida areia,?.."

Dentro de mim, estremeceu o coração ardente...
Enclinei-me por sobre o leito da estrada e vi
Não uma lágrima, mas um precioso anelzinho,
Então, à lua dirigi os olhos meus -- E disse:

"A senhorita minha com o amor não se encomoda,
Nem ela -- a bela formosura, por ninguém chora,
-- Muito dinheiro esse anel custou-lhe,
Um nome honesto pouco significado tem-lhe...

E você, pode iluminar a terra inteira, se quiser
-- Jamais terá o amor da dona de mãos brancas!.."
-- Pela face lunar prateadas lágrimas rolaram.
Eram lágrimas da lua. Ela sumiu entre as nuvens.

Daquela hora em diante eu, sempre tristonha,
Saio -- na varanda, solitária em lágrimas, --
Pobre da lua! Pobre da lua! -- Eu digo, --
Ao menos uma palavra, queria eu trocar com ela...

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