quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Um maltrapilho
De maltrapilho,
não só a imagem.
De maltrapilho,
também a existência.
Não tem um canto onde apoiar-se
Nem repousar dias cansados seus.
Perambulando pelas ruas, procura
e não encontra -- o que lhe deu,
sem compromisso, a natureza fria
-- a vida digna! Ele a perdeu...
Nem sabe como. E foi, quando
descautelosamente nasceu.
Ali naquele canto,
por desencanto
desprevenidamente, a mãe
o concebeu. Depois... deixou
a sós -- Partiu. Fugiu, esqueceu!
Ele cresceu maltrapilho,
Vagando pelas calçadas,
procurando algo que não perdeu...
Algo que poderia ter sido seu
Porém, não recebeu, de quem a
Vida desprevenidamente lhe deu...
Perambula também a sua existência
Refletindo, da sua alma, a imagem
no seu corpo tombado em falência!
Será longa a sua permanência
como um buscador de si mesmo
durante o estado de ser tão
somente um maltrapilho da
sua própria existência?
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