sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Na sala.../ Sobre o.../ Na penumbra.../


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(В гостиной, 1844)

Na sala de visitas

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Na sala de visitas, junto à mesa,
estava sentado o meu velho pai,
Sobrancelhas fechadas,
semblante austero, permanecia em silêncio;
Uma velha senhora,
trazia uma mal ajeitada touca na sua cabeça,
Cartomante era ela;
Ele, paciente, ouvia os murmúrios dela.

Mais distantes um pouco,
em silêncio, falando consigo próprias,
Duas mulheres gorduchas,
sobre um divã macio estavam acomodadas,
Duas mulheres gorduchas,
com os seus olhares me perseguiam
Os lábios mordendo,
com um sorriso zombeteiro
olhavam curiosamente o meu rosto.

Num canto escuro, de olhos azul claros,
permanecia cabisbaixa uma loira. Sentada ali,
ela não ousava levantar os seus olhos.
Sobre as pálidas faces suas
tremeluzia o brilho de uma lágrima,
Sobre o seu peito em brasas,
para o alto cobrindo a cabeça, havia um lenço.

***

Tradução do russo por Mykola Szoma
(... когда над сонным морем, 1876)

Sobre o sonolento mar

Nos dias, em que sobre o sonolento mar
O calor sufocante e o silêncio dominam,
Pelos espaços enevoados das vastidôes,
As ondas quase não se balançam.

Se por acaso respira-se a voragem
Da ventania ameaçadora em seu vigor,
As ondas ameaçadoras ferverão mais
Do que as nuvens das chvas de verão.

E levarão, como se para batalha fora,
O cavalo enfurecido pelas esporas,
Refletindo nos respingos das espumas
O brilho dos raios solares da lua.

E esparramando-se por sobre os rochedos,
Estraçalhando, pelas costas beira-mar,
O agitado balancear das pelagens
Dos rumorejantes -- à beira-mar, caniços.

*** ***

Tradução do russo por Mykola Szoma
(В осеннюю темь)

Na penumba de outono

(excerto)
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As tardes são todas brumosas --
As rochas umedecidas mofaram;
Não das florzinhas cor-de-rosa,
Nem das folhagens de bétulas,
Nem das cerejas orvalhadas à noite,
Exala dos ventos, nas matas, o frescor --
Sopram os ventos em nuvens condensadas,
Esparramando frgrâncias de tílias -- caídas,
Ou de pilhas de folhas de papel molhadas;
E o silêncio -- sussurrando, nos assusta.
Somente ali, além daquele rio vasento,
Existe alguma coisa má e impetuosa
Pela floresta, com um ruido estranho, correu,
Parecia até que da morte um susto levou...
Ora, o que há comigo!.. Alguma coisa de salvável
Ou, ao menos e simplesmente de consolável
Aguardar da floresta a escuridão,
Para o sono frio de um extasiado?
Pois que um outro, aqui de mágoa se afogue!..
O coração ainda pulsa. Almeja viver...
Um sentimento secreto, primaveril,
Que seja mais corajoso e mais sincero --
Que eu liberte a própria amada,
Sufocada pelas linguas maldizentes!
Seja ela -- a minha bela,
Uma órfã e jovem sem dote --
Casou-se forçada com um beberrão...
Ó, bebum! Eu te conheço, sanguessuga
Tu és meu mortal inimigo!
Tu a compraste baratinho, --
Mas eu a tomarei não por menos --
Nada de bom esperes... Não!

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