sábado, 17 de novembro de 2012
Bendito o poeta encolerizado
Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo
Tradução do russo por Mykola Szoma
(blazhen ozloblennyj poet)
Bendito o poeta encolerizado
Bem-aventurado seja o poeta encolerizado,
Mesmo que seja ele moralmente mutilado,
Coroa de louros e honras sejam lhe dados
Pelos filhos do século exacerbado.
Como um gigante ele agita as trevas,
Querendo achar saidas, fresfas de luz,
Não acredita mais nos homens, mas à razão,
E dos deuses nada espera por solução.
Com as estrofes de suas profescias
Ele perturba o sono dos homens do poder,
Embora o próprio sofra sob o jugo
De evidentes contradições em contraluz.
Com todo o ardor e ímpeto da sua alma
Amando, ele não se mascara para ninguém
E por nada, por que se vender possa --
Ele não se troca, por nada, com alguém.
O veneno está no íntimo de suas paixões,
A salvação -- na força da própria negação,
No amor -- a nascente para as suas idéias,
Nas idéias -- a saída para os sofrimentos.
O grito seu involuntário -- o grito nosso.
As suas vilanias -- são nossas vilanias!
Juntos com ele, bebemos nós da mesma taça,
Como se um de nós foi exilado -- E é maior.
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