segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Em vão


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Напрасно, 1867)

Em vão

Algumas vezes, ele clamou em vão às sombras encantadas;
E esperou -- A claridade retornará. Ressurgirá de novo,
Tudo aquilo, o que o sono eterno em túmulos adormeceu.
Retornará! -- Espalhará, com força do amor enfeitiçado,
A felicidade desejada... Já acordou!.. -- E já aflige...

Em vão queria ele do amor livrar-se; Bani-lo, esquecê-lo.
-- Queria que, da claridade a luz, perdida para sempre,
Não lhe causasse dores de saudade, prolongando impressões
De acesas luzes, há muito apagadas; Cortando as sombras e
Turvando as lembranças, das já cançadas e findas ilusões.

Em vão ele rezava, entregando-se de alma às novas paixões:
-- Em vão querias domar-me com o teu sorriso nos lábios!
Que eu pudesse ter forças novas, na severa velhice minha,
Suportar, na cabeça, uma coroa de espinhos de inimizades.
Suportar uma cruz -- A cruz pesada sobre os meus ombros...

O amor não o pocura mais; como faz lua, em noite de neblina;
Porém, a vida sopra em sua alma, como faz vento no inverno.
E cada hora que se passa arde mais, no coração ferido, a dor
-- Porém, de nova forma se revestia, no mundo das mentiras.
Retorna sempre ao passado... Um passado de turvas sombras...

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