quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

No ocaso


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij

Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(На закате)

No ocaso

Vejo, cobertas de ouro, as nuvens cinzentas
Atravancando todo ocidente; Por entre frestas,
Reflexos de estrelas, -- Escarpados abruptos,
Penhascos... De bétalas bosques e pinheirais...

Iluminados pelo clarão dos relampejos da tarde;
Lá em baixo -- um mar sem fronteiras. Da neblina
Correm, arrastando consigo, enormes vagalhões,
De indomável e insurdecedor barulho, de águas...

Por entre os arbustos, uma vereda segue ao mar,
Seguirei a vereda, chegarei até o mar... Eu --
                  Quero encontrar-me com as ondas de lá!
Para mim, desgostoso da vida e cansado do mundo,
Buscarei, junto às ondas, um "caloroso" abraço!..

E a onda bateu-se, com fúria, contra os penhascos
-- Mas com força perdeu-se, revestiu-se de espuma
Em rumores medonhos caiu, refluiu, e retornou:
-- Por nova onda espere; Porque eu, já me desfiz!

Novas ondas se levantam e rumorejam de novo, --
Eu ouço-as todas... Ouço uma de cada vez...
O coração sempre abarrotado de infindos desejos --
Enquanto eu espero, -- Ao redor, se apaga o ocaso.

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